As indústrias de cana-de-açúcar afirmam que a mecanização do setor, apesar de ter sido motivada por questões ambientais, não teve impacto negativo para os trabalhadores rurais.
Sérgio Prado, representante da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) em Ribeirão Preto, diz que, apesar da dispensa de muitos trabalhadores, eles já conseguiram ser realocados em outros setores e funções.
“A maioria que está no corte mecânico passou pelo manual. Muitos outros foram incorporados em outras atividades do setor ou fora dele.”
Para ele, as irregularidades trabalhistas investigadas pelo MPT (Ministério Público do Trabalho) são exceções.
Prado afirma que os investimentos do setor na mecanização se mostraram extremamente eficientes.
“A prática da queima da cana-de-açúcar era muito ultrapassada, com a qual o setor não queria nem podia mais conviver”, diz. “Nós vendemos um produto que não polui, mas para produzi-lo estávamos poluindo.”
O Estado, responsável por 60% da produção de cana no país, teve 83,7% da safra colhida por máquinas, segundo dados da Secretaria de Estado do Meio Ambiente.
O prazo final para o fim de toda a queima da cana no Estado é a safra de 2017. No entanto, Prado afirma que o setor sucroenergético deve extinguir a prática antes.
“A queima da cana-de-açúcar não compensa. Se não tivermos uma tecnologia eficiente e rentável para essas áreas onde a prática ainda acontece, elas devem ser abandonadas.”
Fonte: Folha de S. Paulo