Mercado

Iraquianos querem retomar comércio com brasileiros

Chega a São Paulo, no domingo, a primeira missão comercial do Iraque depois do embargo que proibiu o país, entre 1991 e 2003, de realizar negócios com grande parte do mundo, incluindo o Brasil. A grande meta da visita é reatar os laços comerciais entre as duas nações e apresentar novas licitações promovidas pelo governo iraquiano. “A comissão também vai expor as novas regras para o comércio com o Iraque, as tarifas aduaneiras, e apresentar aos empresários brasileiros as atuais necessidades do país, agora uma democracia”, antecipa Jalal Shaya, presidente da Câmara do Comércio Brasil-Iraque.

No caso das compras governamentais, cujo prazo de adesão vai até janeiro de 2005, devem ser adquiridos US$ 3 bilhões em produtos para cestas básicas, compostas por itens como óleo de soja, açúcar e margarina vegetal. Segundo Shaya, este é um momento oportuno para o empresariado brasileiro se apresentar ao Iraque e tentar alcançar o nível de comércio anterior ao embargo, “que chegava a movimentar US$ 3,6 bilhões”.

Neste ano, segundo dados da Secretária de Comércio Exterior (Secex), as exportações brasileiras para o Iraque foram de US$ 60 milhões. “O número é baixo, mas é resultado da falta de conhecimento por parte dos iraquianos dos produtos nacionais”, diz Shaya. Segundo ele, a demanda do país por produtos importados deve crescer nos próximos anos, à medida que a renda da população iraquiana – hoje na média de US$ 500 mensais – aumentar e o consumo for aquecido.

Para a missão, além de uma sessão solene da Assembléia Legislativa de São Paulo, estão marcadas visitas a indústrias, entre as quais Embraer e Volkswagen. A delegação iraquiana vai ficar no Brasil até o dia 10.