Mercado

Mercado reduz previsão do IPCA para 2004 e nos próximos 12 meses

As projeções de analistas de mercado para os próximos 12 meses apontam uma leve tendência de queda para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que passa de 6,25% para 6,23%.

De acordo com o Relatório de Mercado – pesquisa semanal com aproximadamente 100 instituições financeiras divulgada ontem pelo Banco Central (BC) – mostra que a expectativa frente ao comportamento do Índice de Preços ao Consumidor da Fipe (IPC) se mantém em 5,72%.

A alta fica por conta dos IGPs. O Índice Geral de Preços–Disponibilidade Interna (IGP-DI) fica em 7,32%, ante 7,05% da semana passada, e o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) sobe de 7,55% para 7,64.

O relatório mostra ainda que a mesma movimentação de expectativas é refletida quando se avalia o ano. Os analistas esperam que o IPCA chegue a dezembro em 7,34% ante 7,37% e que IPC-Fipe recue de 6,59% para 6,50%. Já a projeção para o IGP-DI é de 12,41% ante 12,37% e para o IGP-M de 12,60% ante 12,62%. Para os preços administrados, a expectativa é de 8,47% ante 8,45%.

Para 2005, as estimativas estão se alinhando. O IPCA se mantém em 5,80% assim como o IGP-M em 6,50%. O IGP-DI, por sua vez, recua de 6,58% para 6,50%. Já o IPC-Fipe passa de 5,30% para 5,40%. Sobe também a projeção para os administrados, de 7% para 7,10%.

As perspectivas de inflação alta e a sinalização do Comitê de Política Monetária (Copom) de que continuará a elevar a taxa básica de juros da economia, a Selic, nos próximos meses fez com que os agentes de mercado elevassem novamente suas projeções.

Os analistas já acreditam que a Selic fechará 2004 em 17% ao ano (a.a.), ante os 16,75% a.a. estimados no relatório divulgado na semana passada pelo BC. A taxa média para este ano também subiu de 16,20% a.a. para 16,25% a.a.

Para o próximo ano, a projeção também é de juros maiores. Para dezembro de 2005, espera-se uma taxa de 15,25% a.a. (15% a.a. anterior) e que a taxa média suba de 16,01% a.a. para 16,08% a.a..

As expectativas de juros mais altos neste ano não interferem mais no crescimento da economia. Tanto que os analistas aumentaram, pela décima segunda semana consecutiva, a taxa de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) para 4,47% ante 4,36%.

Com isso, a relação com a dívida pública líquida cai para 56% ante 56,50%. A projeção para 2005 é de aumento do PIB de 3,55% ante 3,5% da semana passada.

O relatório mostra ainda que o saldo comercial foi estimado em US$ 32 bilhões, US$ 500 milhões a mais que na semana passada.

Com isso, juntamente com a maior estimativa para o ingresso de investimentos estrangeiros diretos (US$ 11 bilhões ante US$ 10 bilhões), a projeção para o superávit em contas-correntes sobe de US$ 8,10 bilhões para US$ 8,97 bilhões este ano.