A agência oficial do Canadá que financia as exportações e pagou embarques e investimentos de C$ 52 bilhões (US$ 41 bilhões) em 2003, tenta agora desvincular as empresas canadenses dos EUA, pois o governo insiste em que se reduza a dependência do maior parceiro comercial do Canadá.
O primeiro-ministro, Paul Martin, disse este ano que as companhias exportadoras do Canadá devem começar a negociar com os mercados emergentes, como China, Índia e Brasil, argumentando que dentro em breve haverá mais de uma “superpotência” econômica. O predecessor de Martin, Jean Chrétien, chefiou missões comerciais para a Ásia e a UE, para tentar quebrar a dependência do Canadá da maior economia do mundo.
Com a queda das barreiras comerciais, outros países tentam fazer negócios nos EUA, atravancando o mercado, disse Eric Siegel, vice-presidente encarregado do financiamento a médio e longo prazo na Export Development Canada, EDC, sediada em Ottawa.
O Canadá tem tido em geral, desde 1989, acesso isento de tarifas ao mercado americano, o que contribuiu torná-lo destino de cerca de 85% das exportações canadenses, no ano passado.
Os EUA estão deixando de ser “um porto seguro para as empresas canadenses”, disse Siegel no texto de um discurso que pronunciou ontem em um congresso em Nova York. “Como agência criada para ajudar as companhias canadenses a crescer e prosperar por meio da exportação e dos investimentos, temos o desafio de mostrar a estas empresas novos rumos”.
As exportações do Canadá correspondem a cerca de 40% do US$ 784,9 bilhões do PIB, a proporção mais elevada entre os países do Grupo dos Sete (G-7), que inclui também EUA, Japão, Alemanha, Grã-Bretanha, França e Itália.
O intercâmbio entre Canadá e EUA foi de US$ 416,6 bilhões, no ano passado, o maior do mundo. O comércio entre as duas nações cresceu depois que concordaram com a eliminação da maior parte das tarifas.