Desde 2012, a defasagem entre o preço da matéria-prima e o custo de produção atingiu R$ 30,00 por tonelada. A conclusão é dos representantes do Programa de Educação Continuada em Economia e Gestão de Empresas (PECEGE) que estiveram nesta segunda-feira, 5 de maio, na sede da Associação dos Plantadores de Cana da Paraíba (Asplan), para colher dados e informações sobre custos de produção da cana-de-açúcar no estado.
Segundo o coordenador do Departamento Técnico da Asplan, Vamberto Rocha, o custo para se produzir uma tonelada de cana-de-açúcar na Paraíba, atualmente, é de R$ 93,00, enquanto que a média recebida foi de R$ 62,00.
Ele explica que para tentar equilibrar receita e despesa, o produtor canavieiro, nos últimos anos, tem diversificado a cultura, está cada vez mais endividado, diminuindo o uso de tecnologias e se valendo do adiantamento das indústrias e do pagamento da subvenção para sobreviver. O custo de produção engloba o valor da mão de obra, dos insumos utilizados e os custos com a colheita da cultura.
O presidente da Asplan, Murilo Paraíso, reforça que o setor retrocedeu e que é preciso políticas públicas permanentes para estimular a produção canavieira, principalmente, no Nordeste. “A situação piorou nas duas últimas safras, tivemos seca, chuva fora de época, nos deparamos com uma política federal que não privilegia o álcool que é um combustível limpo, lidamos com aumentos nos insumos, na mão de obra, ou seja, nos custos da produção, e o valor recebido pela matéria-prima está abaixo dos investimentos”, desabafa.