Para o Brasil o açúcar está mais doce, principalmente agora, através da decisão da OMC (Organização Mundial do Comércio) de acabar com os subsídios da UE (União Européia) contra o açúcar brasileiro.
Esse primeiro round, em que o Brasil levou a melhor, aconteceu em conseqüência do fracasso das diversas consultas feitas junto à EU, para solucionar o problema desde o ano passado.
Segundo fontes do setor, se o quadro continuar positivo, a exportação brasileira pode aumentar em até três milhões de toneladas em três anos. Esse número significativo atinge em cheio a região de Ribeirão Preto, uma das maiores em produção de álcool, pois, com a confirmação da notícia, poderá reverter toda sua força para a produção do açúcar e, conseqüentemente com a onda de otimismo pode atingir o primeiro lugar no ranking de maior exportador de açúcar do mundo.
Doce liderança
Com a liderança assegurada, só na primeira quinzena de agosto deste ano, conforme dados da SECEX (Secretaria de Comércio Exterior), o Brasil exportou cerca de US$ 15,9 milhões em açúcar.
De acordo com o economista Vicente Golfeto, será preciso haver responsabilidade em remanejar a produção de álcool e açúcar. “Com esta nova realidade externa, juntamente com o advento da China, que forçou muito o mercado internacional de commodites, e está oferecendo ao nosso país, mais em particular à nossa região, condições singulares para acelerar a produção e aumentar, não apenas a renda, mas principalmente o emprego e mão-de-obra”, completa.
O economista ainda afirma que,com a redução de aproximadamente 4 milhões de toneladas de açúcar exportado pela Europa, sem dúvida haverá disputa entre os outros importantes produtores e exportadores mundiais como Cuba, Tailândia e Índia.
Com isso, enquanto aguarda a decisão final da OMC sobre o açúcar, esperada para o começo de 2005, o mercado, segundo o economista, deverá sofrer elevação no preço do produto. Mas, a notícia positiva é que o Brasil deixará de perder os cerca de US$ 400 milhões por ano, que perde atualmente em função dos subsídios do açúcar dados pela política européia.