Luiz Custódio Cotta Martins, presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Açúcar e do Álcool, junto ao Ministério da Agricultura, diz que apenas o alinhamento dos preços domésticos do diesel e da gasolina aos preços praticados no mercado internacional não resolverá os problemas do setor sucroenergético.
O representante explica que de nada adianta a medida se ações visando o endividamento das empresas não forem tomadas. Até o momento, linhas de financiamento como ProRenova – Programa de Apoio à Renovação e Implantação de Novos Canaviais e de estocagem de etanol atendem cerca de 1/3 das usinas, já que aboa parte não tem acesso devido ao alto endividamento. “São medidas paliativas, que não ajudam a grande maioria. São necessários mecanismos para que essa dívida possa ser paga, além de preços remuneradores que traga rentabilidade. As duas ações se fazem necessárias”.
Custódio fala também sobre as manifestações públicas realizadas pelos produtores canavieiros no início de abril, além do próximo encontro, em Brasília, DF, dia 13 de maio. “Somente falar com o governo não tem resolvido o problema. As manifestações são válidas e precisam ser feitas. Chegamos a um ponto que se as coisas não mudarem será uma quebradeira geral”, afirma.
Por fim, ele diz que o momento é de alertar os presidenciáveis da importância do setor canavieiro, reiterando que são necessários soluções efetivas. “Um problema em 2014 é que estamos em ano de eleição. Com a inflação em alta, mais a corrida presidenciável, dificilmente teremos mudanças significativas. A verdade é que o setor não está na agenda do governo. É preciso lutar por isso”, finaliza.