O secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, disse nesta terça-feira, 29, que o baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas está dentro do “risco planejado” para setor elétrico. Isto, segundo ele, se deve à ligeira melhora nas chuvas ao fim do período chuvoso na região Sudeste, onde estão localizados os principais reservatórios de água para geração de energia no país.
“Tudo isso leva a uma situação que nos dá tranquilidade. Aliás, já nos dava, pois a gente já estava dentro do risco para o qual esse sistema foi planejado, conforme a nota do CMSE [Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico], na qual consta que nós vamos atender 2014 e 2015”, disse o secretário ao sair da reunião do conselho de administração da Eletrobras.
Zimmermann fez questão de assegurar que, embora haja dificuldades a serem enfrentadas no setor, as condições de fornecimento de energia estão, para o governo, sob controle.
“Nas nossas avaliações não houve agravamento da situação. Estamos com melhor afluência [chuvas] agora na região Sudeste”, disse.
O secretário avalia que até o fim deste mês, com o fim do período chuvoso, as chuvas devem registrar algum grau de melhora. “Não estamos com grande recuperação de níveis, mas está caracterizado que a gente saiu de uma série histórica de janeiro e fevereiro que foi subindo para uma média que nesse mês vai fechar em `oitenta e poucos por cento´ no Sudeste”.
Redução de consumo
O secretário executivo negou que haja necessidade de incentivar a redução voluntária de consumo de energia por setores da sociedade, como forma de garantir que não haverá problemas com o fornecimento em razão do esvaziamento dos reservatórios das hidrelétricas.
Conforme reportagem publicada hoje pelo Valor, técnicos do Operador Nacional do Sistema (ONS) têm defendido, nos bastidores, um corte imediato de 3 mil a 4 mil megawatts (MW) médios no abastecimento de energia do país. Este montante equivale a cerca de 4% a 6% da carga diária de eletricidade do sistema interligado nacional.
Zimmermann chegou a classificar a possibilidade de corte de carga neste momento como absurdo e sem lógica. “Eu desconheço e o próprio Hermes [Chipp, diretor geral do ONS] diz que desconhece”, afirmou Zimmermann.
O secretário alegou que a visão de que há necessidade de redução do consumo pode ser de apenas um técnico dentro do operador. “Às vezes, você pode pegar uma opinião específica de uma pessoa que trabalha, mas não quer dizer que o conjunto que esta analisando concorda com aquilo”, disse Zimmermann.
Fonte: Valor Econômico