O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central não divulgou, na ata de sua última reunião, ocorrida na semana passada, uma projeção para o aumento da gasolina neste ano. A ata foi divulgada nesta quinta-feira (10) pela autoridade monetária.
No documento da reunião anterior do Copom, de fevereiro, o BC informou que estava projetando um reajuste zero para a gasolina em 2014. No documento divulgado hoje, porém, a autoridade monetária informa apenas que houve um reajuste de 0,6% até fevereiro, mas não realiza mais projeção para todo este ano.
“Para o conjunto de preços administrados por contrato e monitorados, projeta-se variação de 5% em 2014, ante 4,5% considerados na reunião do Copom de fevereiro. Essa projeção considera variações ocorridas, até fevereiro, nos preços da gasolina (0,6%) e do gás de bujão (0,3%), bem como as hipóteses de estabilidade nas tarifas de telefonia fixa e de aumento de 9,5% nos preços da eletricidade”, informou o BC.
A autoridade monetária informou ainda que espera um aumento maior dos chamados preços administrados em 2015. A expectativa, agora, é de um aumento de 5% em 2015, contra a estimativa anterior, realizada em fevereiro, de uma alta de 4,5% para estes preços no ano que vem.
Diretor do BC disse ´não saber´
No fim do mês passado, o diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Hamilton, disse que a gasolina deve subir este ano, mas afirmou ainda não sabe qual vai ser o reajuste. “Nesses 5% [de aumento estimado pelo BC para os preços administrados neste ano], tem aí algum aumento para a gasolina, que eu não saberia dizer quanto é. Não sei se é além dos 0,6% [de alta na gasolina registrados até fevereiro]”, declarou o diretor do BC, Carlos Hamilton, a jornalistas.
Reajustes feitos em 2013
No ano passado, houve dois reajustes nos preços da gasolina. O primeiro aconteceu em janeiro, quando a Petrobras reajustou o diesel em 5,4% e a gasolina, em 6,6%. O último reajuste aconteceu no fim de novembro – momento no qual a Petrobras anunciou que os preços da gasolina e do diesel foram reajustados nas refinarias, sendo que a alta foi de 4% para a gasolina e de 8% para o diesel.
Nova política de preços
A Petrobras informou, também no fim de novembro, que o conselho de administração da estatal aprovou a implementação de uma nova política de preços, mas “por razões comerciais, os parâmetros da metodologia de precificação serão estritamente internos à companhia”.
“Caberá ao Conselho de Administração avaliar a eficácia da política de preços da Petrobras por meio da evolução dos indicadores de endividamento e alavancagem da Companhia”, diz o comunicado.
Em outubro, a Petrobras apresentou uma nova metodologia de reajuste, de forma a trazer maior previsibilidade do alinhamento dos preços domésticos do diesel e da gasolina aos praticados no mercado internacional. A proposta, no entanto, encontrou resistência por parte do governo.