O Grupo Virgolino de Oliveira (GVO) antecipou a colheita de cana em 2014/15 preocupado com a possível ocorrência do fenômeno climático El Niño neste ano, que poderia deixar o clima mais úmido, atrapalhando os trabalhos em campo. “Já estamos moendo, aproveitando enquanto não chega o El Niño”, disse a diretora do GVO, Carmem Aparecida Ruete de Oliveira, acrescentando que o grupo é o maior associado da Copersucar, com fatia de cerca de 8 por cento. O GVO conta com quatro usinas que iniciaram gradativamente a moagem a partir da segunda semana de março.
Modelos climáticos vêm mostrando elevação das temperaturas da superfície do oceano Pacífico, aumentando a probabilidade de ocorrência do fenômeno climático El Niño, que ocorreria pela primeira vez desde 2009. “Dependendo do El Niño, pode cair mais chuva e afetar a colheita, que é com máquina. Então, precisa esperar o tempo mais seco. É diferente da colheita manual”, disse a executiva.
Inicialmente, a moagem do GVO estava estimada em pouco mais de 12,2 milhões de toneladas, mas após a seca que afetou canaviais em período de desenvolvimento, o grupo já estima uma moagem de cerca de 11 milhões de toneladas.
deve encerrar perto de 12 milhões de toneladas. “É quase 1 milhão de toneladas a menos por conta desta seca”, disse Carmem. As usinas do GVO ficam no interior de São Paulo em Catanduva, Itapira, Monções e José Bonifácio. Em algumas destas regiões, segundo a diretora, há indústrias que contabilizam perdas de até 14 a 15 por cento. “Vemos uma quebra porque muitas usinas com problemas financeiros não trataram direito os canaviais (com tecnologia) e deixaram o canavial mais velho”, explicou. A Copersucar, maior comercializadora de açúcar e etanol do mundo integrada à produção, da qual o GVO é associado, estima uma safra de 570 milhões de toneladas 2014/15, por conta dos efeitos do tempo mais seco no começo deste ano.
(Fonte: Reuters)