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IGP-10 desacelera sem a pressão do atacado

O IGP-10 (Índice Geral de Preços-10) registrou inflação de 1,31% de 11 de junho a 10 de julho, segundo a FGV (Fundação Getúlio Vargas). Em junho, o índice havia ficado em 1,50%.

O pequeno recuo deveu-se à desaceleração de 1,77% para 1,54% dos preços no atacado, que respondem por 60% da composição do índice. A principal razão foi a menor alta dos produtos agrícolas (de 2,27% para 0,16% de junho para julho).

O IGP-10, entretanto, recebeu forte impacto do aumento de preços dos combustíveis. Além do reajuste da gasolina e do óleo diesel nas refinarias da Petrobras, ocorrido em 15 de junho, o álcool também subiu. No atacado, o óleo diesel subiu 8,81%; o álcool, 11,57%, e a gasolina, 5,76%.

Os combustíveis foram ainda os responsáveis pela aceleração dos preços no varejo. O IPC (Índice de Preços ao Consumidor), que tem peso de 30% na composição do IGP-10, passou de 0,72% para 0,77%. Somente a gasolina subiu 5,02%. Já o preço do álcool subiu 7,77%.

Também pesaram no bolso do consumidor parte do reajuste das tarifas de energia e de telefonia fixa.

Para o economista da FGV André Braz, a perspectiva é de desaceleração dos índices de preço. “O ponto de pressão foi o reajuste dos combustíveis. As próximas taxas para os combustíveis serão menores porque a alta já terá sido absorvida. E, se os alimentos continuarem com a tendência de desaceleração, a inflação deve ser menor”, disse.

No ano, o IGP-10 acumula alta de 8,11%. Nos últimos 12 meses, o IGP-10 alcança taxa de 11,24%.