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Inabilidade de política energética deve gerar déficit de US$ 11,5 bilhões

Inabilidade de política energética deve gerar déficit de US$ 11,5 bilhões

A importação de combustíveis no Brasil deve gerar déficit de US$ 11,5 bilhões em 2014. Essa é a previsão da diretora-geral da ANP – Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, Magda Chambriard, que disse ontem, 17 de março, esperar um aumento de 4% na demanda de derivados do petróleo.

Nas projeções da ANP, o déficit da balança da gasolina será de US$ 2,5 bilhões no fim deste ano, valor superior aos cerca de US$ 2 bilhões em 2013. Para a balança comercial do diesel, a estimativa é de aumento do déficit para US$ 9 bilhões, sendo que no último ano, o valor foi de U$S 7,5 bilhões.

De acordo com a agência de notícias Reuters, as importações deverão dobrar muito, em função da demanda crescente em detrimento a produção estagnada dos derivados do petróleo. As compras devem atingir cerca de 60 mil barris/dia, ante 32 mil barris/dia em 2013.

O contrassenso se torna ainda mais evidente quando se avalia os dados de produção da safra de cana-de-açúcar. A Unica – União da Indústria de Cana-de-Açúcar, também nesta segunda-feira, divulgou que as usinas do Centro-Sul destinaram 54% de sua moagem para a produção de etanol. Isso significa um aumento de 19,57% em relação ao mesmo período da safra anterior, totalizando 25,5 bilhões de litros.

A falta de uma política clara e bem definida no mercado de combustíveis explica todo este cenário. Adriano Pires, diretor do CBIE – Centro Brasileiro de Infraestrutura, corrobora com a opinião de que o mercado precisa de previsibilidade, que só virá quando definidas regras mercadológicas. “Infelizmente, o governo foi muito incompetente na política de energia do Brasil”.

Vale ressaltar que o aumento na produção de etanol se deu em um momento financeiro caótico para o setor sucroenergético, que, se incentivado, poderia evitar tamanho déficit na balança comercial, gerar milhares de empregos além de contribuir com o meio ambiente.

ProCana Estatistics
Crédito: ProCana Statistics
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