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Safra da região deve movimentar R$ 300 mi

A comercialização da safra 2003/2004 da soja, cana-de-açúcar, algodão, milho, milho safrinha e sorgo deve movimentar este ano R$ 302.303.325,00 na região de Araçatuba. Para comparar, o orçamento do município de Araçatuba para 2004 é de R$ 162.600 milhões. O maior destaque é a área plantada do algodão, que teve crescimento de 401%. Depois o sorgo, com aumento de 165% na área cultivada, a soja, com 26% e a cana, com 3,1%. A única cultura que teve queda foi a do milho, de 19% na safra e 52% na safrinha.

O diretor da Cati (Coordenadoria de Assistência Técnica Integrada) Regional Araçatuba, Marcelo Moimás, destaca a expansão da cultura do algodão, que tinha espaço na região até o ano de 1997, e a consolidação do cultivo da soja. Segundo ele, a razão para o aumento na área plantada das duas culturas é a boa rentabilidade de ambas. A tonelada de algodão vale R$ 1.300, e a de soja, R$ 750.

“O importante para a região é ter mais alternativas de cultura. O algodão é uma delas e é bom porque absorve bastante mão-de-obra”. Além disso, segundo ele, é uma boa opção para pequenos agricultores, que têm facilidade em contratar mão-de-obra terceirizada na época da colheita e em função da boa rentabilidade por área.

O diretor da Cati explica que o levantamento final da safra dos 18 municípios abrangidos pelo órgão será feito em meados deste mês, e que não deverá haver alterações em relação a abril, mas o das culturas de safrinha pode mudar, pois será finalizado em setembro.

Nesta safra, a área plantada do algodão foi de 1.865 hectares, contra 366 hectares na safra anterior, aumento de 401%. A produção foi de 4.350 toneladas este ano e 859 toneladas na safra 2002/2003, o que corresponde a um crescimento de 406%. Já a área da soja passou de 26.398 hectares para 33.167 hectares este ano, um crescimento de 26%. A produção saltou de 65.373 toneladas para 83 mil toneladas, o que corresponde a um aumento de 27%.

Moimás afirma que a soja sofreu com a chegada da ferrugem asiática e com a seca, que causaram perda de 26.745 toneladas da cultura e prejuízos à região de cerca de R$ 13 milhões.

Os custos de produção tiveram aumento de 43%, passando de R$ 2.100 para R$ 3 mil por alqueire. “Ainda assim, com ferrugem e aumento dos custos, o produtor não vai ficar desestimulado para a próxima safra porque o rendimento compensa”, explica.

O crescimento da área plantada de cana-de-açúcar foi de 3,1%, passando de 130.083 hectares para 134.200 hectares. A produção subiu de 8.593 milhões para 9 milhões, um crescimento de 1%. Segundo Moimás, o crescimento da cana foi menor do que o esperado, isso porque os investimentos previstos para a região atrasaram em função da situação do mercado. “Qualquer usina de álcool e açúcar que vá se instalar precisa de 20 mil hectares de cana”, completa.

Milho – O levantamento das principais culturas da região, feito pela Cati, revela ainda uma queda na área plantada do milho, tanto na safra quanto na safrinha. “Percebemos que o milho está cedendo espaço para a soja, na safra, e para o sorgo, na safrinha”, afirma Moimás. A troca das culturas foi em função da maior rentabilidade da soja, cuja tonelada vale R$ 1.300, contra R$ 300 do milho, embora tenha havido aumento na produtividade.

No ano passado, a área plantada do milho foi de 27.811 hectares, contra 22.599 hectares este ano, uma queda de 19%. A produção caiu de 130.145 toneladas para 109 mil toneladas, o que significa redução de 16%. “A queda do cultivo do milho nos preocupa porque muita gente trabalha com granja na região e terá que importar o milho de outras regiões”.

Em cima da área de soja, onde antes o produtor plantava o milho safrinha, durante o inverno, a nova opção é o sorgo, cujo aumento na área chegou a 165%, passando dos 4.877 hectares, na safra anterior, para 12.920 hectares nesta safra. A produção aumentou 168%, indo de 10.736 toneladas para 28.797. “O sorgo é mais tolerante à seca e entra em substituição ao milho na ração animal”. A área do milho safrinha caiu de 24.471 hectares para 11.730 hectares, redução de 52%, enquanto a produção teve queda de 38%, diminuindo de 48.720 toneladas para 30.291 toneladas.