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Usinas fluminenses são alvo de fiscalização

Os agentes da subdelegacia Regional do Trabalho de Campos (RJ) estão realizando vistorias nas usinas de açúcar e álcool da região e em propriedades rurais da cidade. Segundo José Luiz Alves, chefe da fiscalização, estão sendo avaliados os equipamentos de segurança e as condições de estrutura de trabalho.

Nessa semana, o Ministério Público do Rio de Janeiro esteve na usina Santa Cruz, de Campos, que pertence ao grupo J. Pessoa, e denunciou que os cortadores de cana estariam em alojamentos lotados e em más condições de trabalho. O Ministério Público informou que deverá abrir uma ação civil pública e penal contra a empresa. O grupo negou que mantenha trabalhadores em condições precárias e informou que todos os funcionários são registrados em carteira.

Segundo Alves, da subdelegacia, trabalhadores em outras usinas do Rio também estariam sem os equipamentos de segurança do trabalho adequados.

O setor sucroalcooleiro no Rio de Janeiro não tem muita relevância nacional em razão da pouca oferta de matéria-prima. As dez usinas do Estado processam, juntas, 5 milhões de toneladas, de um total de 300 milhões de toneladas colhidas em toda região Centro-Sul. Apenas uma usina de médio porte do Estado de São Paulo processa 5 milhões de toneladas em uma safra.

“O Estado do Rio só ganhou relevância no setor porque o grupo J. Pessoa comprou duas usinas na região de Campos. O problema é que os empresários de fora do Estado não são bem vistos na região”, disse uma fonte do setor ao Valor. Segundo esta fonte, até a chegada do grupo no Estado, a cultura da cana-de-açúcar era praticamente extrativista, com pouca renovação dos canaviais e investimentos na cultura.