Empresas associadas ao Ceise (Centro das Indústrias de Sertãozinho) e à Delegacia Regional do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) estão formando um grupo de exportadores de tecnologia para a fabricação de açúcar e álcool. Com o provável apoio da Apex (Agência de Promoções das Exportações), o grupo está desenvolvendo um planejamento para os próximos três anos, período em que devem participar dos principais eventos do setor sucroalcooleiro em todo o mundo. Uma missão comercial dessas empresas já esteve em Cuba, no ano passado, e ainda esse semestre os empresários devem participar de nova missão, desta vez na Colômbia.
Toda essa movimentação das indústrias que fornecem máquinas e equipamentos para usinas e destilarias acompanha o esforço que vem sendo desenvolvido pela Unica (União da Indústria Canavieira) para ganhar novos mercados no exterior. Um grupo de usinas associadas da Unica contratou o economista Roberto Giannetti da Fonseca, ex-diretor da Cacex (Câmara do Comércio Exterior) no governo Fernando Henrique Cardoso, para formatar a Etanol Trading, que pretende ser o interlocutor das usinas junto a potenciais compradores de etanol do exterior – Japão, países da Europa, Estados Unidos, Colômbia, México etc.
Consultor do Ciesp-Sertãozinho, José Eduardo Molina destaca o potencial para a economia regional representado pela demanda internacional crescente. “Toda a cadeia sucroalcooleira está se movimentando para aproveitar uma oportunidade histórica que vem se abrindo – a disposição de inúmeros países que são grandes consumidores de petróleo de adicionar etanol na gasolina. A medida tem duas grandes vantagens – uma a ambiental, por diminuir a emissão de poluentes, e outra econômica e política, por reduzir a dependência desses países em relação ao fornecimento de petróleo”, explica Molina.
Para aproveitar essa oportunidade, porém, falta uma maior organização – exatamente o que se propõem a fazer as usinas, por meio da Etanol Trading, e os fornecedores de máquinas e equipamentos, por meio do grupo exportador de tecnologia para a fabricação de açúcar e álcool. “Além da intenção de muitos países em importar nosso etanol, existe também, em países produtores de açúcar, grande interesse pela tecnologia nacional de produção do álcool combustível. Aí que entra o grupo exportador que está nascendo a partir de Sertãozinho, mas também com contatos em Piracicaba, os dois principais pólos industriais ligados ao setor de usinas e destilarias”, comenta Molina. Segundo o consultor do Ciesp, o sucesso do grupo exportador pode ter reflexos benéficos para a economia de toda a região, inclusive Ribeirão Preto. “Temos em Ribeirão fornecedores de usinas como a Santal, a Base Química e a Biotecs. O sucesso da iniciativa vai ser bom para toda a região”, destaca Molina.