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Açúcar: Indústrias do setor querem fertilizantes mais baratos

Representantes do setor sucroalcooleiro pediram ao governo federal a inclusão do setor no regime de drawback para importação de fertilizantes, tendo a contrapartida da exportação de açúcar e álcool. O pedido foi apresentado na quinta-feira (18) ao ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, pelo presidente da Comissão Nacional da Cana-de-Açúcar da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Edison José Ustulin. O argumento do setor, segundo Ustulin, é que os fertilizantes respondem por 50% dos custos de produção da cana-de-açúcar. Além disso, os altos preços dos insumos no mercado interno inviabilizam a atividade, completou.

São 5,5 milhões de hectares cultivados com cana-de-açúcar no país. Cada hectare necessita de 420 quilos de fertilizantes. “O drawback reduziria custos e alavancaria as exportações de açúcar e álcool”, explicou o presidente da comissão.

No primeiro bimestre deste ano, os embarques de açúcar e álcool foram de US$ 351,6 milhões, 2,7% acima do resultado de igual período de 2003. No documento entregue ao ministro, os empresários pediram ainda um plano de safra específico para o setor, com a inclusão da cana-de-açúcar na Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM) e ampliação do limite máximo de custeio das lavouras. Hoje, o teto é de R$ 60 mil e Ustulin defendeu que o governo dobre esse valor, a juros do crédito rural de 8,75% ao ano.

Também foi solicitado que o governo disponibilize, por ano, R$ 1,5 bilhão para estocagem de álcool.”Os R$ 500 milhões destinados atualmente não são suficientes”, completou Ustulin. Esse é o segundo ano de liberação de recursos para estocagem de álcool. O ministro Rodrigues comprometeu-se a analisar os pedidos e dar uma resposta ao setor.