Os operadores brasileiros que negociam na bolsa de Londres (Liffe) contratos futuros de açúcar de número 5, com vencimento em maio, poderão ter sua rentabilidade reduzida. Na última semana, a Liffe alterou o valor dos diferenciais de frete aplicados sobre o preço final dos contratos da commodity.
A taxa cobrada sobre as entregas brasileiras triplicaram desde dezembro de 2003, passando de US$ 9 para US$ 27 por tonelada que sai dos portos de Santos, Imbituba, Itajaí e Paranaguá. Entregas a partir de Recife, Maceió e Natal subiram de US$ 7 para US$ 20.
“O Brasil tem uma grande entrega para maio e esse mecanismo vai reduzir os ganhos dos operadores”, explica o presidente da União da Agroindústria Canavieira de São Paulo (Unica), Eduardo Pereira de Carvalho. Desde seu lançamento na bolsa, o contrato para maio subiu 14,6%, fechando o último pregão na em US$ 208,50 por tonelada.
Em carta enviada à Liffe, a Unica solicita, em nome dos operadores brasileiros, a supressão do mecanismo de desconto e insinua a saída de grandes players do mercado no futuro, se não houver mudanças. Hoje, cerca de 35% do açúcar exportado pelo Brasil é protegido por operações de hedge na bolsa de Londres. Países da Ásia e Oriente Médio sofreram redução do diferencial – Dubai, dono da maior refinaria de açúcar do mundo, foi isentado do mecanismo.