Mercado

Setor avalia cenário para 2004 e 2005

Antes do início da safra, os preços do açúcar e álcool registram níveis mínimos no mercado brasileiro. Isso porque a produção nacional de cana-de-açúcar tende a ser ainda maior do que a safra recorde do ano passado (298 milhões de toneladas no Centro-Sul).

A média do preço do açúcar comercializado no estado de São Paulo em fevereiro ficou em R$ 18,18 a saca de 50 quilos, ante os R$ 19,66 por saca em janeiro e R$ 21,42 em dezembro, segundo dados do Cepea/Esalq.

Para o álcool, a média do anidro ficou em R$ 0,45161 o litro em fevereiro, valor 28% inferior ao de janeiro. O hidratado recuou cerca de 30% no período, a R$ 0,37262 o litro no mês passado.

Apesar da forte pressão baixista que os números da safra vêm causando, é somente a partir deste mês que o setor poderá fazer uma estimativa mais precisa sobre o volume a ser produzido este ano. “A safra deve ser maior, mas a proporção desse aumento ficará por conta da chuva em março”, disse Júlio Maria Borges, economista da Job Economia e Planejamento, de São Paulo.

De olho em 2005

Mesmo com as incertezas, alguns operadores do mercado consideram formado o panorama do mercado para este ano e já arriscam até alguma projeção para 2005.

“Neste ano, temos uma grande produção e pouco fator de estímulo ao consumo, o que vem resultando em preços expressivamente mais baixos tanto no mercado interno quanto no externo”, disse Maurílio Biagi Filho, da usina Santa Elisa, maior exportadora nacional de álcool, com sede em Sertãozinho, Interior Paulista.

Na avaliação do empresário, nesse contexto de preços baixos , é provável que o consumo dos produtos do setor sucroalcooleiro seja estimulado, enquanto, por outro lado, a produção venha a receber menos investimentos para a próxima safra.

“O setor já tem a safra atual praticamente consolidada. Agora é preciso estar atento ao cenário de consumo ascendente e produção em declíno para 2005, que resultaria em preços fortemente altistas”, declarou Biagi.

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