Unir a técnica mecanizada com a manual e torná-la economicamente e operacionalmente viável. Esse foi o desafio vencido pela Usina São João de Araras e a São Francisco, de Goiás ao implantar nas unidades o plantio híbrido, que também solucionou um gargalo da empresa: a falta de mão de obra especializada na área. “A economia se dá em vários aspectos: surgiu da necessidade de diminuirmos os custos relacionados a contratação e manutenção de mão de obra para o corte de mudas nesse período curto do plantio de entressafra; da operação mais barata em torno de 30% em relação ao plantio esparrama, além de economizar sete trabalhadores rurais por /ha no corte e plantio. Na colhedora, além do kit de mudas temos que adaptar uma válvula que diminui a velocidade do facão picador. Na carregadora, colocar uma garra aranha e nos caminhões, fechar toda carroceria canavieira para cana inteira com chapa expandida”, justifica José Nonato Neto, gerente de processos agrícolas da São Francisco.
O gerente se sente realizado por conseguir mostrar a viabilidade do negócio. “Com o plantio híbrido conseguimos devolver parte do investimento necessário para a sua implantação mês a mês e ainda conseguimos resolver o problema de recrutamento de pessoal para o corte das mudas, nosso gargalo. Como utilizamos nossas colhedoras paradas para o corte de mudas, minimizamos a depreciação desse maquinário”, revela.
Marcos Felippe, gerente de motomecanização da São João, explica que no plantio hibrido a colhedora joga a cana dentro do caminhão e elimina a figura da carregadora e do cortador de cana, se for manual. “No corte de mudas é que temos o grande ganho financeiro. A modalidade de plantio gerou economia com o uso de colhedoras cortando e carregando cana. A redução foi da ordem de 50% do custo desta operação. A máquina substituiu os rurícolas e eliminou a etapa do carregamento de cana”, lembra.
Mas para que a nova técnica de plantio híbrido desse o resultado esperado na Usina São João, de Araras (SP) e na São Francisco foi preciso recorrer a algumas adaptações importantes como a utilização do kit muda completo nas colhedoras; a alteração das garras nas carregadoras e o fechamento completo da carroceria. “O investimento realizado por equipamento foi da ordem de 32 mil nas colhedoras e 10 mil nas carrocerias”, diz Marcos Felippe.
Além da transformação e o custo menor, a qualidade apresentada no plantio também foi muito significativa, de acordo com o gerente. “Controlamos gemas viáveis por metro, espaçamento, profundidade do sulco e cobrição, através de parâmetros de bench no setor. Somos três equipes: de motomecanização: responsável por entregar as máquinas e pessoas para realizar as operações de plantio; Agrícola: que realizou efetivamente o plantio hibrido, e o DTA que atestou a qualidade do plantio”.