Mercado

Bagaço de cana vira telha nas mãos de alunos

Um projeto inovador está em desenvolvimento em São Bernardo do Campo. Um grupo de formandos da faculdade de Engenharia Química do Centro Universitário da FEI pesquisa a possibilidade de utilizar o bagaço de cana em substituição ao amianto, o que a saúde do brasileiro agradece.

Coordenado pela professora Fernanda Rossi, o projeto consiste na construção de telhas com fibras do bagaço de cana, que é composto por polímeros naturais. A matéria prima passa por um tratamento com vapor de água para a remoção do açúcar, ou seja, não precisa ser queimado. O resíduo agrícola é incorporado à matriz de cimento.

Os testes mostraram que a nova telha é mais resistente a água do que as telhas comuns, além de não agredir o meio ambiente na fabricação e até em seu descarte – também representa maior economia para o setor da construção civil.

Integrante do grupo de pesquisa, a formanda Jéssica Martins revela que os testes foram satisfatórios e que a telha de bagaço de cana se mostra uma possível opção sustentável e eficiente.

Mas alerta que ainda é necessária a realização de mais estudos de viabilidade comercial e testes específicos para a aplicação em telhas.

Dias contados

O amianto, proibido em 60 países, é utilizado na fabricação de telhas. O Brasil integra o grupo dos cinco maiores produtores, consumidores e exportadores do material, considerado pela OMS (Organização Mundial da Saúde), como substância cancerígena.

125

milhões de pessoas no mundo estão expostas ao amianto, segundo a OMS.

Outros estudos

A engenheira química Jéssica Martins acredita que as empresas do setor têm recorrido a alternativas naturais para a confecção de telhas. “Muitas indústrias já estão utilizando fibras naturais como alternativa ao amianto. Nosso objetivo é viabilizar mais uma opção sustentável para a construção civil”, afirmou.