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Investimento pode dobrar capacidade da hidrovia em Araçatuba

A hidrovia Tietê/Paraná, que passa pela região de Araçatuba (SP), é uma das mais utilizadas em todo o país, e ainda poderia receber o dobro de barcaças, carregadas com todo tipo de produto. A Confederação Nacional de Transportes divulgou recentemente uma pesquisa sobre as hidrovias do país e apenas metade dos rios navegáveis é explorada como vias de transporte.

Os governos do Estado e da União fecharam um convênio para repassar mais R$ 140 milhões para obras na hidrovia Tietê/Paraná. O problema é que investimentos anteriores já estão sendo investigados pela Procuradoria da República, porque podem ter sido usados de forma irregular.

Com tanto espaço na hidrovia paulista, é possível imaginar que muitas viagens de caminhão poderiam ser poupadas no país que ainda se movimenta praticamente só pelas rodovias. Mas ainda falta infraestrutura para que as águas do Tietê possam ser aproveitadas para este fim.

Atualmente passam pela hidrovia seis milhões de toneladas de cargas por ano. Com o investimento dos R$ 140 milhões, a expectativa é dobrar este número. O que deve baratear o preço de alguns produtos industrializados, como o etanol por exemplo. “A hidrovia transporta em grande escala e os investimentos vão melhorar a infraestrutura e dará um fôlego maior para o barateamento do frete no país”, diz Carlos Farias, presidente da Cooperhidro. O preço do frete do etanol, um dos produtos mais transportados pela hidrovia, chega a custar três vezes menos. Uma embarcação que transporta este tipo de produto pode substituir 180 caminhões.

O estaleiro rio Tietê também faz parte do pacote de investimentos federais para incentivar o transporte por hidrovia. Mas uma série de irregularidades, como o atraso na entrega das barcaças e o terreno onde foi construído o estaleiro, chamou a atenção do Ministério Público Federal e um inquérito foi instaurado para investigar o caso. “Essas barcaças, segundo a marinha mercante, não passariam pelas eclusas porque são muitos profundas, então não foram feitas para passar pela hidrovia”, diz Paulo de Tarso, procurador da República.

A previsão é que as obras públicas anunciadas pelo governo do estado comecem em fevereiro do ano que vem. “Para passar na eclusa, a barcaça precisa ter um formato certo e desde que ela foi construída ela tem esse formato. Então ela foi construída para passar na eclusa de Barra Bonita”, afirma Fábio Vasconcellos, gerente comercial do estaleiro.