Gestão Administrativa

Mais que resultado, o grande desafio: a motivação profissional

Hoje, iremos tratar de motivação laboral. Faremos uma pausa sobre negócios, economia, política, diversificação tributária para dar lugar ao que chamamos de valor humano agregado à questão motivacional.

Ao longo de toda minha existência, incluindo minhas experiências pessoais e profissionais, nunca havia parado para pensar, refletir, fazer uma autoavaliação do mundo corporativo que vivenciamos atualmente.

Foi-se a hierarquia, os glamoures por tal profissão, a espera por alguma oportunidade, e a avidez por algum cargo. O que se traduz nos dias atuais, e com mais veemência, é a capacidade de se desenvolver e aprender sob um clima organizacional que se presta à expansão da motivação, ao respeito à ética, ao entusiasmo, ao prazer em estar num ambiente afável onde todos, de forma humana e respeitosa, contribuem cada vez mais para o amadurecimento pessoal. E isso promete ampliar ainda mais novos horizontes em nosso mundo de negócios.

Motivação é o elemento que faz a diferença. Não há formas, nem receitas para subjugar, o que existe é uma maneira cotidiana de se prestar. Quando existe a motivação, o indivíduo efetivamente faz acontecer.

Há estudos e pesquisas que deixam claro que as melhores empresas para se trabalhar oferecem muitos incentivos aos seus colaboradores, mas o que realmente faz as pessoas felizes e motivadas tem a ver com a sua identidade, seu DNA em relação ao negócio e à cultura da empresa, e essa questão está diretamente ligada aos valores, à ética da empresa. Outro elemento em evidência como fator motivacional é a probabilidade de desenvolvimento por meio do lançamento de novos desafios. As melhores empresas do País valorizam seu público interno e apostam no estímulo e no apoio ao desenvolvimento para formar equipes cada vez mais preparadas, competitivas e engajados no negócio, seja ele qual for.

Por outro lado, e é aqui que desejo dar ênfase, são os resultados de estudos a respeito de alguns fatores que provocam desmotivação, e que devem ser urgentemente aprimorados, tais como a falta de feedback sobre o ambiente de trabalho por parte do gestor, de estímulo para a permuta de conhecimentos e critérios claros e objetivos para promoção. Fato é que as melhores empresas para se trabalhar apresentam um nível elevado de felicidade no trabalho, quando estritamente e diretamente relacionado com o nível de motivação.

Diante das dificuldades enfrentadas pelos gestores em geral e de profissionais de Recursos Humanos, sabe-se da importância da valorização do tema “motivação”, o que sugere um questionamento mais radical acerca da relevância e proeminência em criar meios e ambientes cada vez mais favoráveis ao trabalho, que propiciem o crescimento e desenvolvimento profissional com maior autonomia e liberdade de criação. Isso se traduz na valorização do livre-arbítrio para o colaborador executar o seu trabalho à sua maneira, mas de maneira aliada aos objetivos primordiais da empresa e refletindo o maior investimento em qualidade de vida e respeito aos valores éticos da companhia, é claro.

É neste propósito que entendo que estudando, analisando, pesquisando e compilando informações sobre o assunto em tela, será possível propiciar ao futuro administrador e gestor uma compreensão mais ampla do complexo mundo que envolve a sinergia motivacional, a importância de manter pessoas motivadas no trabalho e qual o papel da organização nessa busca.

É neste patamar que, particularmente, como gestor há muitos anos, tenho feito uma reflexão bastante acurada do que se espera de um profissional feliz e motivado. Pesquisas já realizadas e muitos estudos e teorias desenvolvidas mostram contestações diante da ampla e complexa jurisdição da conduta humana, conjecturas estas que não se extinguem, mas complementam-se, mostrando uma visão mais compreensiva do comportamento Humano.

E nesse furacão de informações, ainda que complexas, uma coisa fica clara e certa em nossa percepção cotidiana: o indivíduo motivado produz mais e melhor. Portanto, a motivação exerce grande influência nos resultados, na performance individual, e, principalmente, no cumprimento de metas estabelecidas pelas organizações. O que dizer sobre essa massa crítica, essa força que impulsiona os colaboradores e como manter essa chama ardente a fim de alcançar a completa realização dos objetivos organizacionais?

Enfim, a motivação se manifesta de várias formas, em diferentes ocasiões, por múltiplos fatores e em planos diferentes de importância a cada momento, de pessoa para pessoa. Os colaboradores não são iguais, e nem fazem as mesmas coisas pelas mesmas razões. Ao final, é indispensável respeitar o ser humano, mantendo ilesa sua maneira espontânea de ser.

Por isso, ainda há no comportamento humano um mundo desconhecido, questionamentos e perguntas ainda não objetadas, muito a conhecer sobre os aspectos da motivação e seu papel dentro das organizações. Assim, continuará sendo assunto de grande relevância não só no mundo corporativo, como também objeto de interesse de pesquisas e estudos.

Tenho insistentemente dito “Chegou a vez de percebermos qual a importância de as organizações abrirem-se a novos paradigmas, revendo seus velhos e retrógrados conceitos, de modo a orientarem-se por uma inovação do potencial ativo para o contentamento motivacional no trabalho. Para isso, há que se propiciar ambientes saudáveis com maior qualidade de vida para seus colaboradores”.

O ideal é optar por uma tática de maior flexibilidade, em lugar de gerir as pessoas apenas por subordinação extrínseca, fazendo com que os objetivos individuais e organizacionais caminhem lado a lado.

Por estas e outras razões que depois de quase 24 anos de carreira como Consultor Tributarista, sendo, destes, seis anos como sócio de duas grandes organizações, tive para mim que meu ciclo como executivo estava encerrado, dada a minha contribuição contínua e ética nesse tempo. A busca por novos projetos, desafios e oportunidades são incessantes, e necessitam tomar o lugar do sedentarismo corporativo. Esta é a razão pela que qual iremos em busca de um melhor e mais aprofundado aprimoramento pessoal e, mais que isso, motivacional.

Há que se repensar constantemente na busca por algo que traga de volta a paixão por algo que deva ser sempre valorizado, que são as pessoas. Como disse, a meta é importante, os resultados também o são. Porém, a ética, a dignidade humana, o envolvimento interativo e contínuo com nossos colaboradores, parceiros, fornecedores, clientes, são valores que o novo mundo de negócios requer, e com muito mais primor e relevância.