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Cultivo de cana em Piracicaba perde área igual a 9.125 campos de futebol

O território cultivado com cana-de-açúcar em Piracicaba (SP) encolheu 68,44 milhões de metros quadrados (m²) no ano passado em relação a 2011, segundo dados divulgados na última sexta-feira (8) pelo Instituto de Pesquisas e Planejamento (Ipplap). A área é equivalente a 9.125 campos de futebol iguais ao do estádio Barão da Serra Negra, do XV de Piracicaba, que mede 7.500 m².

De acordo com o Ipplap, que utiliza dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Piracicaba cultivou 52.800 hectares (ha) em 2012 ante os 59.644 ha de 2011 — cada hectare equivale a 10 mil m². A redução é de 11,47%. O valor da produção da cana também caiu na cidade entre os últimos dois anos. O setor canavieiro saiu de uma arrecadação de R$ 327,68 milhões em 2011 para R$ 292 milhões no ano passado, baixa de 10,88%.

Para o engenheiro agrônomo e presidente da Cooperativa dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo (Coplacana), Arnaldo Antonio Bortoletto, a redução da área de cultivada tem motivo diferente da queda do valor da produção. Ele afirmou que o território da cana diminuiu devido ao protocolo agroambiental que prevê mecanização gradativa da colheita e também à proibição judicial da queima na região.

Como o produtor não pode mais queimar e o maquinário não entra em todas as áreas (principalmente pequenas propriedades, locais de muito declive ou com muitas pedras), parte dos terrenos deixou de ser cultivada com cana, afirmou Bortoletto. “A cana perdeu lugar basicamente para pastagens nos últimos anos, e houve também ampliação do perímetro urbano com a expansão imobiliária e a construção de condomínios”, disse.

Já a queda do valor da produção, segundo Bortoletto, tem pouca relação com o recuo da área cultivada e está mais ligada à baixa na remuneração do produto. Ele afirmou que o preço médio pago ao produtor era de R$ 70 por tonelada em 2011 e caiu para R$ 65 no ano passado.