
O período de entressafra se aproxima no Centro-Sul e as especulações sobre o mercado de etanol se intensificam. Mesmo com uma safra alcooleira, há o temor de que o Brasil tenha que importar etanol dos Estados Unidos. Em outra frente, representantes do segmento descartam a possibilidade, além de afirmarem a possibilidade de exportação.
O JornalCana falou com André Rocha, gerente de geração de valor e oportunidades da Exame Auditores Independentes, que não acredita na importação do produto. “Não vejo um cenário onde o Brasil terá que importar etanol. Na falta do biocombustível o preço tende a subir, o que leva os consumidores a se dividirem entre etanol e gasolina. O próprio mercado acaba se regulando. Ficarei surpreso caso ocorra”, aponta.
Como explicação, Rocha lembra ainda que nos últimos anos o governo não tem sinalizado acreditar no etano, por isso, buscar o produto em outro país não seria viável. “Não vejo o governo com a intenção de manter o etanol competitivo, muito pelo contrário. Nos últimos anos vemos o governo destruindo a competitividade do etanol”, finaliza.
O pesquisador da Embrapa — Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, José Gilberto Jardine, disse que apesar de não podermos prever a quantidade de chuva na região e se isso de fato afetará o andamento da safra, a importação de etanol de milho dos Estados Unidos dificilmente ocorrerá.
“É um mau negócio para o Brasil, em vez de dar emprego para os brasileiros estaremos dando para os americanos. Por que razão eles não importam então o nosso etanol? Não tem nenhum sentido isso. A não ser que seja uma emergência, o que não acredito que seja o caso. Não acho que vai faltar etanol por excesso de chuva no campo. Acredito muito mais no crescimento previsto pela Unica, do que na falta” explica.