

A opinião do diretor do Departamento de Combustíveis do Ministério de Minas e Energia, Ricardo de Gusmão Dornelles, de que o setor precisa buscar seu espaço apenas com o aumento de competitividade, sem lutar pela paridade mercadológica com o a gasolina, é resultado de uma conversa de “surdo e mudo”.
Foi dessa maneira que a presidente da Unica – União da Indústria de Cana-de-Açúcar, Elizabeth Farina, definiu o assunto tratado com o governo. “Eles dizem que não há subsídios para a gasolina, sendo que a própria Petrobras confirma o auxilio. Essa é uma conversa de longa data que eu não acredito que terá resultado. A prioridade do controle de preço da gasolina é a inflação e não o mercado de combustíveis”, explicou.
Consciente, Farina alerta que o reajuste no preço do combustível fóssil não resolverá todos os problemas do setor sucroenergético, mas é fundamental para que os empresários vislumbrem o futuro. “Essa não é a solução única e absoluta. Acredito que exista plena consciência de todas as partes de que a formação de preço da gasolina não segue os parâmetros de mercado. Basta ver o tempo que ela está sem movimentar, sendo que o Brasil é um dos países com mais volatilidade cambial. Acredito ser importante ter regras, saber quais são os componentes que formam os preços. Dessa maneira, podemos no preparar”.
Ela ainda lembra que o setor tem feito a parte dele, assim como deve continuar fazendo, mas sem contrapartida do governo, o ritmo tende a diminuir. “O subsidio a gasolina, na medida em que o consumidor faz arbitragem na bomba, funciona como um teto para o etanol hidratado. Isso não significa que o empresário deva parar de investir em ganhos de eficiência. Mas investimento demanda retorno, e em sua maioria, de longo prazo. É esse o ponto”, finalizou.