Mercado

Copersucar terá que buscar outro terminal para açúcar

O incêndio de sexta-feira no terminal açucareiro da Copersucar, o maior do Brasil, provavelmente obrigará a empresa a buscar outro espaço para as exportações de açúcar na próxima temporada, enquanto reforma os armazéns destruídos.

A Copersucar perdeu 180 mil toneladas de açúcar no incêndio, ou 10 por cento da exportação mensal do Brasil. Como há um superávit de açúcar no mercado global, a destruição dos cinco armazéns é mais problemática para a empresa do que para os importadores.

O terminal incendiado havia sido inaugurado na sua atual forma em junho, após dois anos de obras que levaram à duplicação da sua capacidade, chegando a 10 milhões de toneladas por ano.

“O tamanho do terminal de exportação da Copersucar tornará difícil a conclusão das obras em menos de um ano, então não voltaremos tão logo à mesma capacidade exportadora”, disse Tarcilo Rodrigues, da consultoria Bio Agencia.

Sérgio Coelho, porta-voz do porto de Santos, disse que os bombeiros ainda fizeram as tarefas de rescaldo na segunda-feira, e que a empresa proprietária não informou sobre seus planos para a reconstrução.

Rodrigues disse que a Copersucar provavelmente tentará exportar mais açúcar pelo porto de Paranaguá, cerca de 400 quilômetros ao sul, e talvez também a partir do vizinho terminal Rumo, controlado pela Cosan, ou pelo terminal da Noble.

A Copersucar reúne 47 usinas brasileiras, e registrou um faturamento de 4,1 bilhões de dólares em 2012. A empresa esperava chegar neste ano a um volume de exportação de 9 bilhões de toneladas, 2 bilhões a mais do que em 2012.

Leonardo Aragão, porta-voz da companhia, disse a Copersucar ainda está avaliando os danos, e não fez estimativas sobre os prazos para a reconstrução dos armazéns. Ele não comentou sobre os planos da empresa enquanto isso não ocorrer.

Operadores dizem que o mercado está suficientemente abastecido para cobrir os embarques da Copersucar que deverão ser cancelados. Restam apenas dois meses da safra deste ano no Brasil, de modo que eventuais impactos só serão sentidos na safra seguinte, a partir de maio.

“A maior parte do açúcar deste ano já foi exportada, mas os efeitos serão sentidos nas exportações do ano que vem. As filas de navios devem crescer em Santos durante o auge da moagem da cana”, disse Mauricio Muruci, analista-chefe do mercado de açúcar da consultoria Safras e Mercado.

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