O preço-teto para o próximo leilão de energia, que ocorrerá em novembro, foi estabelecido em R$ 126 por megawatt-hora.
O valor, publicado ontem no “Diário Oficial da União”, beneficiará o segmento eólico, em detrimento do solar.
Na última disputa, em agosto, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) havia fixado o preço em R$ 117 –considerado baixo pela indústria energética.
“Esse novo teto está na trajetória do que os setores têm pedido”, diz a presidente da Abeeólica (associação de energia eólica), Elbia Melo.
“Ele reflete as mudanças econômicas –do câmbio e do IPCA– e as exigências de nacionalização para financiamento do BNDES, que estão mais rigorosas”, acrescenta.
A maior modificação no edital em relação aos anteriores é que os vendedores de energia não terão de receber caso seus parques fiquem prontos antes das linhas de transmissão.
“O valor-teto também está precificando isso. Antes havia uma garantia de recebimento”, afirma Melo.
Ainda que o valor tenha aumentado, o incremento não deve ser suficiente para garantir a contratação de energia solar. Essa foi a primeira vez em que a fonte foi incluída em um leilão.
O mercado calcula que o preço mínimo para viabilizar a solar deveria ficar ao redor de R$ 165. “Talvez o governo queira experimentar a resposta das empresas ao valor.”