A sinalização positiva, proporcionada pelo leilão de agosto, poderia ser um indicador de perspectivas mais promissoras para a bioeletricidade gerada a partir da biomassa da cana. “Depois de todo um discurso de que as eólicas participariam apenas do leilão A-3, que vai acontecer em 18 de novembro, tudo isto foi desmontado com a divulgação da participação desta fonte novamente no A-5 programado para 13 de dezembro”, comenta Zilmar Souza, gerente de bioeletricidade da Unica.
No leilão A-3, a bioeletricidade gerada a partir do bagaço e da palha da cana tem poucas perspectivas, porque eólica, gás natural, solar e biomassa vão concorrer todas no mesmo cesto. “Devido ao seu grau de competitividade, a eólica coloca para escanteio as demais fontes”, enfatiza. De acordo com ele, a expectativa é que fosse mantido, no mínimo, o mesmo formato para o segundo leilão A-5 que vai ocorrer em dezembro, com os mesmos concorrentes da disputa de agosto. “Haveria mais equilíbrio”, observa. O ideal seria a realização de leilão específico por fonte. Cada uma delas tem o seu papel – constata – na matriz energética.
Zilmar Souza informa que o marco regulatório inclui o carvão mineral no leilão de dezembro. “Não é possível saber se as termelétricas a carvão estarão presentes. Mesmo que haja a participação do carvão, queremos que ocorra o reconhecimento das externalidades positivas da biomassa. Cada megawatt/hora do carvão joga quase uma tonelada de CO2 na atmosfera, enquanto a biomassa tem um balanço neutro. Isso tem que ser considerado na hora de precificar”, ressalta. O governo federal zerou, no entanto, no final de agosto a alíquota de PIS e Cofins do carvão mineral para geração de energia elétrica, reduzindo o custo de uma fonte poluente.
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