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Problemas com terreno podem manter usina cearense fechada

A crise do setor sucroenergético não dá trégua. O investimento público na aquisição da Usina Manuel da Costa Filho, localizada no município de Barbalha, no Ceará, poderá ter sido em vão, se a área do entorno da unidade, vendida um pouco antes do seu leilão, não for readquirida pelo Governo Estadual.

Isso porque no terreno em questão está a antiga reserva de água da usina, indispensável para o seu funcionamento. Se a questão não for resolvida, o projeto de reabertura da usina fica inviável, conforme revela a Unida – União Nordestina dos Produtores de Cana – órgão dos canavieiros que apresentou o projeto de viabilidade da usina ao Estado, antes da sua compra.

Para Alexandre Andrade Lima, presidente da entidade, é de grande importância que esta área, que tem aproximadamente 160 hectares, volte para o controle da unidade industrial. Além de ser o local onde está o reservatório de água, o terreno, por ser muito próximo da usina, também era usado para irrigação da vinhaça, que é um subproduto da produção de etanol. “Sem ela, a usina não tem como funcionar”, pontua.

O governo ainda nem tomou posse da usina, fato que deve acontecer até o fim do ano, e já há uma lista de interessados em adquirir a unidade. O caso de maior destaque é da Cooperativa Pindorama – formada por produtores de cana de Alagoas. O presidente da entidade, Klécio Santos e o secretário de Desenvolvimento Agrário, Nelson Martins, iniciaram os diálogos em Maceió, na reunião do Conselho Deliberativo da Sudene, no mês passado.