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Microalgas podem incrementar produção nas usinas

Microalgas podem incrementar produção nas usinas

As várias alternativas oferecidas pela cana-de-açúcar ainda pouco são aproveitadas no Brasil. Maior produtor mundial, o país esbarra na falta de investimentos em pesquisas, fator que possibilitaria um importante implemento na renda das unidades produtoras. Durante a Fenasucro 2013, realizada na cidade de Sertãozinho, interior de SP, o engenheiro agrônomo Wander Leonhardt Ribeiro, apresentou sua tese de mestrado que traz à tona conceitos ainda fora do conhecimento de grande parte dos investidores.

Trata-se do potencial energético das microalgas, que segundo o pesquisador, produz um biocombustível completamente sustentável e que pode ser usado para vários fins. Produção de diesel, óleo, cosméticos, alimentos e bebidas para astronautas são apenas alguns deles. “Mas no Brasil quase não temos estudos ou patentes nessa área. Na Europa e Estados Unidos eles já estão muito avançados nas pesquisas”, afirmou Ribeiro.

Na queima do bagaço da cana o CO2 produzido é desperdiçado. As microalgas usam justamente CO2 para sustentarem seu ciclo de vida. Assim, um sistema alimenta o outro. Com o óleo retirado das algas se produz o diesel. Esse combustível é suficiente para suprir toda demanda de energia elétrica de uma usina, que representa uma economia em todos os custos da produção. “E ainda sobra muito diesel, que pode ser vendido e dar lucro. Para cada litro de etanol produzido, pode-se fazer meio de diesel nesse sistema. Estamos falando de cerca de 15 bilhões de litros de diesel por ano em algumas usinas”, explicou o engenheiro.

Para viabilizar este sistema, é necessário que a usina crie algas em um sistema fechado, além de controlar de forma adequada a exposição ao sol e a alimentação de CO2 das plantas aquáticas.

Outro ponto levantado por Ribeiro é usar de forma plena a usina em todo ano, pois, atualmente, essa indústria fica ociosa até cinco meses. Com a queima do bagaço e palha sobressalente da safra, a produção de diesel pelo óleo das algas mantém uma produção lucrativa. “Temos que pensar na usina como uma biorefinaria, que tem diversos negócios. Produzir etanol é apenas um deles”, finaliza.

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