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Alta de matérias-primas já preocupa a indústria

O ano novo começa com forte pressão de custos sobre a indústria de bens duráveis. Depois do aviso de reajuste de 15% no preço do aço, os fabricantes de resina plástica anunciaram um aumento entre 12% e 15% para janeiro. As commodities metálicas, como alumínio, níquel, zinco e cobre, também continuam com altas históricas.

Os reajustes já começam a aparecer no varejo. A indústria de televisores, DVDs e aparelhos de som informou que aumentará seus preços entre 6% e 8% nos próximos dias, por causa da alta nos custos de matérias-primas e insumos. O segmento de imagem e som, porém, foi o único do setor eletroeletrônico que fechou 2003 com aumento nas vendas, de 7%, enquanto os fabricantes de linha branca e eletroportáteis ainda amargam queda.

A petroquímica Braskem confirmou a elevação nos preços dos plásticos. O polietileno, usado na produção de embalagens alimentícias e calçados, deve subir 12%. O polipropileno, aplicado em peças automotivas, terá um reajuste de 15%.

A alta nas cotações dos metais não-ferrosos é puxada principalmente pela demanda da China. O níquel subiu 80% este ano, chegando a US$ 13 mil a tonelada. O zinco passou de US$ 700 para US$ 980.

A Anfavea, que representa as montadoras, emitiu ontem comunicado alertando para os riscos da alta do aço sobre as taxas de inflação. Segundo o presidente do Sindipeças, Paulo Butori, com a elevação de até 15%, o aço terá 80% de aumento desde outubro de 2002.