Mercado

Montadoras de carros perdem produção

A Anfavea, entidade que representa as montadoras instaladas no país, confirmou ontem que o setor perde produção neste início de mês por conta de problemas no abastecimento de autopeças causados pela greve dos caminhoneiros. Luiz Moan, presidente da associação, disse que recebeu relatos de parada de produção de quatro montadoras associadas.

Uma das atingidas, a Fiat foi obrigada a interromper parcialmente sua produção em Betim (MG) entre terça e quarta-feira, mas retomou ontem a normalidade nas operações. Já na segunda-feira, atrasos de funcionários provocados pelos protestos levaram a Volkswagen a parar por mais de duas horas a produção na fábrica de São Bernardo do Campo (SP).

Moan disse que espera uma recuperação dos níveis de produção até o fim do mês. Ontem, a Anfavea reportou novos recordes da indústria no primeiro semestre, com 1,86 milhão de veículos produzidos e 1,8 milhão vendidos, incluindo na conta caminhões e ônibus.

Além da greve de caminhoneiros, Moan disse que os protestos no mês passado influenciaram negativamente as vendas de veículos, dadas as dificuldades de acesso às concessionárias nos dias de manifestação. A volatilidade do mercado na segunda quinzena do mês, segundo ele, contribuiu para o aumento de estoques de veículos, que voltaram a ficar em níveis acima do normal – com um giro equivalente a 39 dias de venda.

Hoje, representantes da Anfavea têm uma reunião marcada para as 15h com o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, para apresentar propostas à introdução de novas tecnologias de propulsão no Brasil. Moan não quis dar detalhes sobre o que será exposto, mas adiantou que seis alternativas tecnológicas para carros elétricos e híbridos serão apresentadas. No encontro, a Anfavea também vai defender o início de pesquisas para o desenvolvimento de carros movidos a célula de combustível, tecnologia que melhora a eficiência dos veículos, mas em fase embrionária.

Em entrevista coletiva à imprensa, Moan disse que as montadoras finalmente chegaram a um consenso sobre a política ideal para a introdução de veículos com propulsão alternativa. “Vou brincar com o ministro Pimentel [e dizer] que completamos a primeira missão impossível da nova gestão da Anfavea”, disse Moan, que assumiu o cargo em abril.

A Anfavea manteve ontem suas projeções de crescimento de venda e produção neste ano, mas indicou que vai melhorar as metas tanto para as exportações como para o mercado de máquinas agrícolas.

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