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Agronegócio gera novo ciclo em Porto Nacional

Bunge Alimentos, que opera como trading, aproveita áreas ociosas em cidade tida como mais culutral do Tocantins. Por muitas décadas Porto Nacional foi apontada como a capital cultural do norte de Goiás, hoje o Tocantins. Agora o município experimenta um novo ciclo de desenvolvimento, desta vez envolvendo a sua economia. Trata-se da ocupação de áreas agricultáveis que estavam ociosas por falta de incentivo para o plantio e da abertura de novas áreas que nesta safra estão sendo ocupadas com a cultura da soja. Os números ainda não são oficiais, mas as estimativas apontam que a área de influência do município, que abrange Monte do Carmo, Santa Rosa, Silvanópolis, Brejinho de Nazaré, Aparecida do Rio Negro, parte do município de Paraíso do Tocantins e Palmas, poderá ultrapassar a 30 mil hectares de área plantada.

Esse crescimento só está sendo possível graças à presença da Bunge Alimentos no município, que como trading. Até o momento, conta José Carlos Gabriel, gerente da multinacional para os estados do Maranhão, Piauí e Tocantins, já foram investidos R$ 11,5 milhões no fomento à agricultura na região de Porto Nacional. A empresa está aplicando também outros R$ 3 milhões na construção de uma unidade de passagem rápida que vai fazer a recepção, limpeza e classificação de grãos, com capacidade inicial para receber até 3 mil toneladas da soja que será colhida em 2004. O despertar da soja na região está sendo tão grande que José Gabriel já anunciou outros R$ 4 milhões para a ampliação da unidade armazenadora a partir do próximo ano.

Investimentos

Até o momento, a Bunge investiu R$ 223 milhões em todo o País, dos quais R$ 63 milhões no Tocantins, distribuídos entre produtores das áreas de influência de Porto Nacional, Pedro Afonso e Campos Lindos. Segundo Gabriel, a soja do Tocantins poderá ser exportada via o Porto de Ponta da Madeira ou ainda levada para alguma esmagadora, possivelmente a de Uruçuí, no Piauí. Em um ano construiu uma unidade de recepção em Campos Lindos e outra em Pedro Afonso, ambas com capacidade para receber até 20 mil toneladas.

Sobre a possibilidade da Bunge implantar uma esmagadora de soja no Tocantins, José Gabriel explicou que para tornar um investimento desse porte competitivo é necessária uma produção de 1,5 milhão de toneladas/ano, capaz de propiciar o beneficiamento de cinco mil toneladas/dia. A unidade esmagadora de Uruçuí iniciou suas atividades beneficiando duas mil toneladas/dia e, de acordo com Gabriel, já ultrapassou as 3 mil toneladas e dentro de dois anos vai esmagar cinco mil toneladas/dia.