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Grupo dos Estados Unidos confirma aquisição de farelo de soja do Brasil

O grupo americano Wilmington Bulk LLC, um consórcio que inclui produtores de suínos e aves do Estado da Carolina do Norte, confirmou ontem a importação de uma carga entre 75 mil e 90 mil toneladas de farelo de soja produzido no Brasil, para embarque entre os meses de abril e junho do ano que vem.

Segundo a agência Reuters, Jeffrey Turner, vice-presidente da Murphy Brown Inc, um dos braços do grupo, afirmou que a medida foi adotada depois de esgotadas as possibilidades de compra do produto de fornecedores dos Estados Unidos, que têm menos soja para esmagamento em decorrência da quebra da atual safra 2003/04 do grão, em razão do clima adverso.

“É problemática a oferta de grão para esmagamento nos Estados Unidos, o que poderá levar, inclusive, a novas aquisições de produto brasileiro”, observou o analista Fernando Muraro, da Agência Rural. “Os boatos foram efetivados”, afirmou Renato Sayeg, da Tetras Corretora. Não foram identificadas as empresas responsáveis pela venda.

Os Estados Unidos começaram a importar farelo de soja do Brasil no ano passado, já em consequência de problemas em sua oferta interna. Em 2002, o país negociou 96.236 toneladas do produto para os americanos, segundo dados registrados na Secretária de Comércio Exterior (Secex). Deste total, o mesmo grupo Wilmington foi responsável pela importação de pelo menos 90 mil toneladas, conforme a agência Dow Jones Newswires. Até setembro deste ano, as importações americanas de farelo brasileiro somaram 34.423 toneladas, segundo a Associação das Indústrias de Óleo Vegetal (Abiove). Os embarques destes volumes foram feitos em agosto.

Também segundo a Abiove, algumas regiões dos EUA preferem importar o farelo a ter de comprar do próprio mercado doméstico por questões de logística.

A notícia não chegou a causar fortes emoções em Chicago, onde os futuros caíram em razão do adiamento da visita de uma delegação chinesa à própria bolsa. Os contratos para entrega em março recuaram a 5,50 centavos de dólar por bushel e encerraram o pregão a US$ 7,6950.