
O Brasil não criará seu próprio programa de certificado de biocombustível para demonstrar que o etanol brasileiro é produzido de forma sustentável do ponto de vista ambiental e social. O projeto havia sido anunciado em 2007, pelo então presidente do país, Luiz Inácio Lula da Silva, entretanto foi rejeitado no mês passado pela Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio.
Mas isso não significa que as certificações estejam em baixa. Ao contrário. Segundo especialistas é cada vez maior o número de usinas que buscam algum tipo de selo para comprovar a sustentabilidade de sua produção. Atualmente há diversos mecanismos existentes pelo mundo, mas os que mais interessam ao Brasil são aqueles certificados que possibilitam a venda do combustível para mercados importantes como o norte-americano e o europeu.
“O Brasil já têm um número significativo de usinas certificadas e a procura tem aumentado, especialmente pelo selo da agência de proteção ambiental americana (EPA) visando a entrada nos EUA”, afirmou Tarcilo Rodrigues, do IETHA – International Ethanol Trade Association.
Ainda não há dados que mostrem o impacto comercial das certificações de etanol no mercado de exportação brasileiro, mas há um consenso entre especialistas sobre a importância desse tipo de selo para a tão buscada commoditização do etanol e também funcionam como uma amostra do comprometimento do setor com a sustentabilidade.
Segundo o gerente de Sustentabilidade da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Luiz Fernando do Amaral a certificação é um instrumento importante para demonstrar a sustentabilidade dos produtos e é considerado um diferencial, porém não tem sido suficiente para facilitar o acesso do etanol brasileiro ao mercado da Europa, por exemplo. “Setorialmente as certificações são importantes no sentido dar força, demonstrar as boas práticas do setor. Ajudam a quebra alguns mitos, além de trazer garantias para os consumidores. Mas as certificações por si só devem ser analisadas no contexto do mercado”, afirmou.