Mercado

Miriam Leitão: ´Desconto do etanol deve ser passado para consumidor´

O ideal seria o repasse no preço do álcool para as bombas. O pacote pode ser incompleto, pode ser insuficiente, mas o fato é o seguinte: o governo abriu mão dos impostos, e o empresário tem que repassar esse desconto para o consumidor. Porque o que os empresários precisam agora é de consumidor. De quem vai ao posto de gasolina e prefira o etanol. Se não tiver o consumidor preferindo etanol, nada disso acontece. Então não adianta engordar os lucros e perder o consumidor. Então, o essencial é ter essa atitude de repassar. A presidente Dilma disse que não pode garantir que a empresa vai repassar, mas a empresa deveria repassar sim.

Porque isso melhora um pouquinho o problema do setor, mas não resolve o principal. O consumidor de etanol abandonou o etanol pela gasolina e ele precisa voltar para o etanol.

Juros e Inflação

“O Brasil não negocia com inflação, não flerta com a inflação. Que nós temos um histórico de combate a inflação de controle da inflação”, declarou Dilma Rousseff.

Sobre juros, a presidente disse que eles estão em patamares competitivos, mas que isso não quer dizer que eles não subam e não desçam. Que vão continuar subindo e descendo, mas dentro de padrões adequados a nível internacional de forma competitiva.

O que a presidente estava dizendo é o seguinte: no governo dela os juros foram elevados para 13%, depois caiu muito. E agora, subiu novamente, o que ela está falando é que em vez de oscilar entre 12%, 23%, vai oscilar entre 7%, 8%. Talvez tenha tido esse ganho de um patamar mais baixo de juros. Agora, o fato é que a política toda de anti-inflação, que não é apenas taxa de juros, está errada. Se não estivesse errada não estava em torno de 6% com o país crescendo menos de 1%. Então alguma coisa está errada na política econômica. E seria melhor se o governo fizesse mais autocrítica, pra ver onde ele está errando. É preciso calibrar principalmente a política fiscal. Não é só com taxa de juros que se combate a inflação, é com o corte de gastos eficiente. O patamar de juros ideal é o que permite que o país cresça sem inflação.