Em consenso com outros líderes do segmento sucroenergético, Celso Junqueira Franco, presidente da Udop, afirma que as medidas anunciadas pelo governo federal no início da tarde desta terça-feira (23), são positivas, mas ainda necessitam de alguns ajustes, como uma política de longo prazo para o etanol. “Agora o próprio setor juntamente com o governo devem elaborar um plano de recuperação da competitividade do etanol brasileiro, frente ao biocombustível de milho norte-americano. São medidas positivas, principalmente no que tange a desoneração da PIS/Cofins, mais créditos para estocagem e renovação de canaviais, para citar apenas algumas, mas ainda defendemos a necessidade de uma política mais a longo prazo, que contemple o papel do etanol na matriz energética nacional. Mesmo porque o investidor prefere atividades onde o mercado regula livremente preços e volumes, sem intervenção de governos, como vem ocorrendo no Brasil, no setor de energia”, destacou o presidente da entidade.
Para Franco, o principal aspecto positivo se dá pela retomada da interlocução do setor com o governo, abalada há alguns meses. “O fato da presidenta Dilma Rousseff chamar o setor para uma conversa (na tarde de ontem) e anunciar as medidas, mostra uma sensibilidade por parte do governo, em relação a situação econômica do setor. Isso, por si só, já é benéfico”, esclarece.
Segundo o líder, as medidas não devem refletir na retomada imediata dos investimentos do setor, como esperado por muitos. “A presidenta se mostrou bem consciente dos problemas enfrentados por, pelo menos, um terço das usinas do país, mas deixou a lição de casa de que devemos nos unir e criar um plano de saneamento financeiro, viabilizando a retomada de crescimento do setor, medidas necessárias para iniciar novo plano de governo de apoio ao setor”, disse.