Mercado

Mercado argentino volta a se abrir para o Brasil

O superávit comercial de US$ 15,132 bilhões entre janeiro e agosto trouxe consigo a melhora do desempenho da Argentina como mercado comprador de produtos brasileiros, embora o país vizinho continue a absorver menos itens que em 2001 e a provocar déficits nas suas trocas de bens com o Brasil. A Argentina encostou na China e está prestes a recuperar a posição de segundo maior mercado de produtos brasileiros.

De janeiro a agosto, os embarques brasileiros para o principal sócio do Mercosul totalizaram US$ 2,628 bilhões, cifra 86,8% maior que a verificada em igual período de 2002. A participação desse vizinho nas vendas externas brasileiras saltou de 3,8%, no ano passado, para 5,5%. Embora a Argentina tenha despencado do segundo para o sexto posto entre os maiores mercados do Brasil entre 2001 e 2002, neste ano parece estar recuperando sua posição. De janeiro a julho, já estava no terceiro lugar, depois dos Estados Unidos e da China. Em agosto, encostou no mercado chinês. Recebeu US$ 398 milhões em produtos brasileiros, apenas US$ 1 milhão a menos que a China.

Entretanto, o secretário de Comércio Exterior, Ivan Ramalho, ressalta que o crescimento porcentual das exportações para a Argentina foi inflado pela base fraca. Com a economia em crise, a Argentina importara apenas US$ 1,424 bilhão de janeiro a agosto de 2002. De acordo com Ramalho, as vendas deste ano não alcançaram os níveis de comércio de 2001, quando a Argentina importou US$ 3,747 bilhões em produtos brasileiros.

Esses dados foram apresentados há cerca de um mês pela equipe da Secex ao Ministério da Economia da Argentina como argumento para desmontar uma bomba armada dentro do Mercosul. Escandalizados pela “invasão de produtos brasileiros” na Argentina nos últimos meses, setores empresariais locais debilitados pelas sucessivas crises e pelo desinvestimento pressionam a Casa Rosada a adotar mecanismos de controle dos desembarques vindos do Brasil. As importações de calçados e frangos procedentes do Brasil estão entre as que mais incomodam aos produtores locais.

Os dados da balança comercial divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) ocultam ainda uma leve mudança no peso de países e blocos nas exportações. Enquanto as participações da UE e dos EUA no total exportado pelo Brasil caíram quase dois pontos porcentuais, Ásia, África, Europa Oriental e Oriente Médio aumentaram a sua presença.

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