Em um cenário conservador, haverá acréscimo de aproximadamente 600 milhões de toneladas de canano país para atender o crescimento da demanda de etanol e açúcar projetados para 2020/2021. A notícia é parte da tese “Avaliação das localidades ótimas para expansão da oferta de cana-de-açúcar no Brasil: uma aplicação de programação inteira mista” do aluno da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) da USP, José Eduardo Holler Branco, que desenvolveu uma ferramenta matemática para auxiliar o planejamento do processo de expansão da produção de cana-de-açúcar no Brasil.
Os resultados do modelo matemático recomendaram a alocação de grande parte da oferta adicional de cana para o Estado de São Paulo – ainda é o principal produtor do setor -, comportamento justificado pela proximidade das áreas paulistas em relação aos principais mercados consumidores de etanol e portos de exportação de açúcar.
Segundo a pesquisa, outras regiões também chamaram atenção dentre as indicações de expansão dos canaviais, como o estado do Mato Grosso do Sul, que revelou elevado potencial de exportação do etanol para o sul do país e para as bases de distribuição paulistas; o Paraná, para atender o mercado internacional por etanol e também as bases do sul; Minas Gerais, impulsionada pelo crescimento do mercado mineiro pelo biocombustível; e Goiás, que apresenta potencial para abastecer as regiões norte e nordeste, além de auxiliar no abastecimento das bases paulistas e mineiras. Quanto à expansão de cana-de-açúcar na região Norte e Nordeste, merece destaque as regiões da Bahia, Maranhão e Tocantins.
Os cenários de análise ainda levaram em consideração os novos projetos intermodais de transportes anunciados no Programa de Aceleração de Crescimento (PAC) do Governo Federal, como a Ferrovia Norte-Sul, a Ferrovia de Integração Oeste-Leste Bahia e Ferrovia de Integração Centro-Oeste; além do projeto de construção de um “Alcoolduto”.