Mercado

MRS prepara-se para transportar açúcar por ferrovia até Santos

A MRS prepara-se para entrar no mercado de transporte ferroviário de açúcar, do interior paulista ao porto de Santos. De acordo com Júlio Fontana Neto, presidente da empresa, já há contrato assinado para a exportação mensal de cerca de 60 mil toneladas do produto – a granel ou em sacos – e a MRS aguarda apenas autorização da Brasil Ferrovias para utilizar suas linhas.

Com esse contrato, a empresa espera superar a meta de transporte de 16,9 milhões de toneladas para a Baixada Santista, o que representará alta de 20,7% sobre 2002. Em cinco anos, o crescimento do transporte da MRS para a região litorânea foi de 145%.

A empresa também negocia contrato com a armadora Nedlloyd para estabelecer linhas regulares para a baixada e o porto, conforme já faz com outros clientes, como a Santos Brasil, do Tecon, e a Votorantim Celulose e Papel (VCP). Com a Cosipa, existem negociações visando substituir vagões por esteiras no transporte de minério, para liberar o equipamento para grãos.

“Nas condições atuais, a capacidade instalada da nossa empresa, na baixada, permite dobrar os volumes que vêm sendo realizados. No futuro, para ultrapassar esse limite, possivelmente será necessária a duplicação das vias para as duas margens. Possuímos faixa de domínio para isso, mas haverá necessidade de contrapartida do porto”, afirmou Fontana Neto.

Nos últimos três anos e meio, a MRS investiu R$ 20,71 milhões na área sob sua concessão que dá acesso ao porto de Santos e aumentou a velocidade dos trens de 15 para 40 quilômetros por hora. Em sua malha, na margem direita do porto, com 19 quilômetros, o tempo médio de percurso é de 45 minutos, enquanto na esquerda, de 26 quilômetros, o tempo médio chega a uma hora e meia.

Sobre o pretendido direito de passagem nas suas linhas pelos trens da Brasil Ferrovias, no trecho de 16 quilômetros de Perequê, em Cubatão, à entrada o porto de Santos, o executivo disse que “o direito de passagem só pode ser exercido na impossibilidade do tráfego mútuo e o contrato de concessão da MRS prevê a prioridade dessa modalidade”. A diferença de custo entre um sistema e outro supera 100%.

Fontana Neto confirma que a Brasil Ferrovias, dentro da nova regulamentação do setor ferroviário – que objetiva a revitalização dos portos -, poderá assumir uma linha desativada junto aos 16 quilômetros de acesso à margem direita do porto, sob concessão da MRS, dentro de um pacote que prevê compensações de linhas para sua perda de receita.

“Essa linha, que receberia bitola estreita, não é necessária no atual momento para qualquer tipo de transporte na região”, afirma. Ele explica que a empresa recebeu esse trecho da Rede Ferroviária Federal, em 1996, já totalmente desativado e invadido por barracos, que tomavam o leito da ferrovia. Há cerca de seis meses, com a conclusão das ações de reintegração de posse, a retirada das famílias foi viabilizada. Somente a partir daí é que a empresa teve efetivo acesso à linha.

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