Mercado

Governo segue temeroso com risco de desabastecimento

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Sabendo do risco de desabastecimento, o governo federal tem se reunido em busca de um plano emergencial, que pretende viabilizar a ampliação da capacidade de transporte e de armazenamento. Os dois pontos são preocupantes, já que a importação torna a distribuição mais complexa.

Como exemplo, o transporte da gasolina no caso da importação, precisa ser feito por navios, que hoje, já sofre com a falta de estrutura nos portos, sem espaço para atracação e armazenamentos.

Para Salmeron Ratsbone, operador de mercado da União Corretora , a falta de planejamento gera os problemas. “É preciso que o governo planeje suas ações, não somente lance operações tapa buracos”.

“Com isso, o governo prova que não apóia a própria bandeira que levanta, de luta contra o desabastecimento. Sem apoio para produzir mais etanol, o setor não consegue encontrar forças para investir nas usinas e em greenfields, e fica amarrado. O governo deveria dar condições para impulsionar a produção de etanol, sem precisar oferecer dinheiro, é somente isso que o setor precisa para voltar a crescer. Sem incentivos, o próprio governo acabará matando o setor”, complementa.

Recentemente, a Petrobras divulgou que no final do terceiro trimestre suas refinarias atingiram 98% da capacidade de produção, sendo que em algumas regiões, essa capacidade já se esgotou.

De acordo com um estudo realizado pelo Grupo de Economia de Energia da UFRJ, a pedido da Folha de São Paulo, o Brasil terá de importar quase 20% da gasolina que consome nos próximos cinco anos. A confirmação virá caso o país não amplie a produção nacional e a oferta de etanol continue restrita.

Se importar gasolina parece ser inevitável, pensar na exportação de etanol para os americanos, neste momento, seria inviável ao Brasil. “Em um momento de crise pelo qual o segmento sucroenergético passa, com o Governo se debatendo para controlar a inflação que andou querendo sair da meta, seria um grande desastre ver o Brasil exportando etanol anidro agora e tendo que importá-lo, inevitavelmente dos EUA, dentro de poucos meses, certamente a preços muito mais altos”, finalizou.