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Falta de comprometimento se torna desafio nas usinas

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O JornalCana entrevistou o superintendente geral da Usina São José da Estiva, Roberto Holland Filho, que trabalha há 28 anos no setor sucroenergético. Entre os assuntos, os desafios do que o segmento tem enfrentado, a importância do mesmo para o país, entre outros pontos.

Confira a entrevista exclusiva:

JornalCana: Há quanto tempo trabalho no setor?

Roberto Holland Filho: Me formei em agronomia em 1.984 pela Unesp de Jaboticabal. Meu primeiro emprego foi em uma destilaria, portanto estou no segmento há 28 anos. Na Estiva estou desde 1994, portanto há 18 anos.

JornalCana: Nos fale um pouco de suas funções e desafios do dia a dia.

Roberto Holland Filho: O cargo de superintendente geral é análogo ao CEO de uma empresa. Estou à frente de todas as áreas da usina (Agrícola, Indústria, Administrativa/Financeiro, RH), e por isso, é necessário ter um conhecimento básico de toda a cadeia produtiva. Liderança e humildade são fatores importantes neste ramo. É preciso saber ouvir, dialogar, aprender com os colaboradores e fazer com que todos dêem o máximo de si em busca de um único objetivo, que é o de levar a usina a mais alta produtividade com o menor custo. Para isso, é preciso montar uma boa equipe, saber reconhecer o sucesso de cada um, ser justo com todos, fazendo com que produzam por amor ao que estão fazendo.

JornalCana: Qual a maior dificuldade hoje?

Roberto Holland Filho: No atual momento, uma das coisas mais importantes e difícil também, é a formação de novos profissionais. Estes fazem parte de uma geração que valoriza mais o lado financeiro, deixando de lado o vínculo com a empresa, o famoso “vestir a camisa”. Neste contexto vejo a necessidade de evolução da área de Recursos Humanos, que precisa mostrar aos os novos colaboradores o outro lado, que eles valorizem outros tipos de benefícios e não apenas o financeiro. É preciso que eles gostem da empresa e que a tratem como se fosse deles.

JornalCana: Qual a importância do setor para o Brasil?

Roberto Holland Filho: O setor sucroenergético brasileiro colocou nosso país num patamar muito alto em todo mundo, principalmente quando se fala em ecologia, diminuição de poluentes, capacidade de inovação e energia limpa e sustentável. Espero que um dia esse reconhecimento visto em outros países chegue ao nosso, que o governo local reconheça a verdadeira importância e valor que temos, implantando políticas claras para que possamos investir e crescer.

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