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Queda dos preços do açúcar deve causar consolidação da indústria

A queda dos preços internacionais do açúcar deve expor as fraquezas de várias empresas do setor e levar a um processo de consolidação pelo mundo, disse nesta segunda-feira o economista-chefe de açúcar da consultoria alemã FO Licht, Stefan Uhlenbrock. Segundo ele, não faltarão oportunidades de aquisição para companhias com ´dinheiro no bolso´.

Para Uhlenbrock, que participa do 21º Seminário Anual da Organização Internacional de Açúcar (OIA), em Londres, é inevitável que a indústria global de açúcar se torne mais concentrada. O aumento dos custos de produção deve forçar uma busca por fontes alternativas de receita e elevar o número de fusões e aquisições, acrescentou.

Neste mês, a Organização Internacional do Açúcar (OIA) elevou sua projeção para o excedente global de açúcar em 2012/13 em 300 mil de toneladas, para 6,2 milhões de toneladas. Isso indica que os preços do produto tendem a permanecer pressionados pelo menos até o fim do atual ano safra.

Ele afirmou ainda que a taxa de câmbio do Brasil, o maior produtor mundial de açúcar, está tornando as empresas brasileiras mais atraentes para o capital estrangeiro. O real está 37% abaixo do pico atingido em 2011 em relação ao dólar e perto do menor nível desde 2009. Assim, a tendência de consolidação deve continuar no País, acrescentou, pois a indústria ainda é muito fragmentada e uma reestruturação propriamente dita ainda não começou.

Uhlenbrock também avalia que o açúcar ainda é visto como uma commodity agrícola, apesar de ser um produto processado. Essa visão, diz ele, faz com que os produtores de açúcar sejam apoiados por governos de todo o mundo. Assim, as companhias precisam de se adaptar à estrutura regulatória de cada país, ao mesmo tempo em que não há certeza de que os investidores estrangeiros serão bem-vindos. Joint ventures são uma estratégia popular para companhias lidarem com esse tipo de problema, disse o economista. As informações são da Dow Jones.

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