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Setor sucroenergético abre oportunidade de negócios para micro e pequenas empresas

De caneta a acessórios para máquinas agrícolas, a cadeia produtiva sucroenergética de Mato Grosso do Sul está aberta aos micro e pequenos empreendimentos que desejam atuar como fornecedores para o segmento.O setor expande-se, principalmente na região sul do Estado, com uma expectativa de moagem de 38,6 milhões de toneladas de cana, um aumento de 14,03% a mais que o volume anterior, segundo a Biosul (Associação dos Produtores de Bioenergia de Mato Grosso do Sul).

Por conta desse crescimento, o etanol, biocombustível que detém 63% da produção, deve alcançar um acréscimo de 26%, chegando a dois milhões de litros no Estado. Já o açúcar tem expectativa de 5,72% a mais na produção, devendo atingir 1,67 milhão de toneladas. Além do etanol e do açúcar, a bioeletricidade vem se firmando como mais um produto oferecido pelas usinas, que entregaram para o sistema interligado nacional 1.100 Gigawatthora no ano passado.

O número representa quase o dobro do consumo de todo o setor industrial no ano anterior, que foi de 638 Gigawatt-hora. Até o fim deste ano, a expectativa é elevar em 18% a co-geração de energia, chegando a 1.300 Gigawatt-hora, de acordo com a Biosul.

Entretanto, conhecer o meio, as oportunidades, identificar as usinas da região e, especialmente, a própria capacidade de produção, são os primeiros passos para a micro e pequena empresa que deseja atuar no setor. Para que elas se insiram como fornecedores da cadeia sucroenergética do Estado, o conhecimento, a segurança, a garantia de entregar apenas o que é capaz de produzir – e entregar com qualidade – são passos fundamentais para o início ou ampliação do fornecimento de produtos ou serviços para as usinas de açúcar e álcool do Mato Grosso do Sul. As demandas do setor vão desde material de escritório, equipamentos de segurança e alimentos, até peças, acessórios e ferramentas.

Segundo o presidente da Biosul, Roberto Hollanda Filho, Mato Grosso do Sul, se comparado aos demais produtores, é o Estado que mais cresce percentualmente. “Hoje somos o quinto maior produtor de cana no País e o quarto em produção de etanol. As indústrias ampliam as receitas dos pequenos municípios e geram cerca de 90 mil empregos indiretos no Estado.

Com mais empregos, não só as usinas precisam de serviços e produtos, mas também as populações dessas cidades, sejam grandes ou pequenas. Mais capitalizadas, por conta das vagas de trabalho, podem consumir mais e melhor”, analisa.

E as metas são ousadas. O setor quer, até 2020, atender em 50% a demanda de veículos flex com etanol, que hoje é de 36%. Nacionalmente, o objetivo é suprir o mercado norteamericano com 13,2 bilhões de litros e também o mercado interno na produção de açúcar, além de manter a participação mundial em 50% desse produto e aumentar a participação na co-geração de eletricidade de 2% para 18% na matriz elétrica brasileira. Com esses números, os micro e pequenos negócios têm um amplo mercado a ser atendido.

Reconhecer as oportunidades é fundamental para atuar junto ao setor

Há um ano e meio, o empresário José Carlos de Souza, proprietário da ImporAgro-Service, atua como fornecedor de peças e serviços para sete usinas da região de Dourados, no sul do Estado, com contrato fechado. Para ele, participar da Rodada de Negócios durante a Feira do Empreendedor realizada pelo Sebrae este ano foi fundamental para impulsionar as vendas.

“Foi importantíssimo porque antes eu não conseguia entrar em contato com esses empresários e, durante a Rodada, eu pude me aproximar dessas empresas e hoje forneço para quase todas as usinas da região”, comenta. José Carlos tem boas expectativas com relação ao futuro da empresa. Quer aumentar a capacidade de produção e dentro de semanas deve fechar contrato com mais cinco usinas “com as quais já venho trabalhando”, conta.