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Secretário diz que custo alto desautoriza leilões por fonte de energia

O secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, Altino Ventura Filho, informou nesta terça-feira que os leilões por fonte de energia não são realizados atualmente no Brasil por uma questão de preço. Segundo ele, há uma diferença grande de competitividade entre as diversas fontes e, no momento, as opções mais econômicas são as hidrelétricas e as eólicas.

“Leilão por fonte não é novidade. Já fizemos de energia eólica, de biomassa”, afirmou Ventura Filho após participar da 5ª Feira Internacional de Tecnologia em Bioenergia e Biocombustível, que acontece nesta terça-feira, em São Paulo. Mais cedo, o secretário de Energia do Estado de São Paulo, José Aníbal, afirmou que vai insistir junto ao governo federal para que os leilões do setor energético sejam feitos por tipo de fonte e por região.

Ventura Filho ressaltou que os leilões por região não acontecem porque há dificuldades a serem equacionadas. “O novo modelo de energia prevê competição entre as fontes. Para se fazer um leilão numa região que só tenha fontes de custo maior os consumidores de outras regiões do país teriam que adquirir energia também a um custo maior.”

O secretário do ministério destacou que o sistema atual permite transmitir a energia para qualquer região do país. Dessa forma é possível transferir energia de locais onde há excesso para outros com escassez. O custo de transmissão, segundo ele, é menor que o da geração. ”Mas isso não impede que em algum momento se possa pensar em leilões regionais. No momento, porém, não estamos considerando isso.”

Segundo Ventura Filho, a crise internacional reduziu a demanda por energia e o plano decenal realizado pelo ministério já sofreu alterações, com base em um cenário de menor crescimento do mercado. “Ninguém vai fazer leilão de usina se não houver demanda para ela.”

Os leilões previstos para este ano, entretanto, não deverão sofrer mudanças. “Há algumas dificuldades de licença ambiental, mas não temos casos de problema de demanda”, afirmou o secretário, acrescentando que como em qualquer leilão há projetos mais atraentes e outros menos.