Acordos terão de ser tratados no âmbito da OMC. Os Estados Unidos manifestam-se dispostos a negociar barreiras protecionistas impostas a produtos agrícolas brasileiros, como forma de fortalecer o comércio bilateral com o Brasil durante o processo de implantação da Área de Livre Comércio das Amé-ricas (Alca).
Depois de encontrar-se, ontem, com o ministro da Fazenda, Antonio Palocci, em Brasília, o secretário do Tesouro dos EUA, John W. Snow, disse ter recebido a orientação do seu governo para transmitir às autoridades brasileiras a mensagem de que os EUA têm interesse em firmar acordos para a abertura do comércio em todas as áreas. “Estamos dispostos a colocar todas as cartas na mesa”, disse Snow, que citou a soja e o amendoim como exemplos.
Snow ponderou, no entanto, que os acordos de abertura comercial terão que ser tratados no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC) e levarão em consideração o cenário mundial. “Vocês têm uma economia agrícola muito forte”, comentou, ao destacar um dos setores em que o Brasil é mais competitivo.
Snow informou que, antes de embarcar em visita ao Brasil, esteve com o representante comercial dos EUA, Robert Zoellick, que lhe pediu para que transmitisse ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao ministro Palocci a mensagem de que Congresso americano está disposto a discutir a abertura do comércio bilateral.
Ao ser indagado sobre se a posição contrária do Brasil em relação à guerra do Iraque teria provocado descontentamento em Washington e se isso poderia interferir nas negociações da Alca ou dos investimentos na reconstrução do Iraque, Snow foi diplomático. “Nós respeitamos, ficamos desapontados, mas respeitamos”, disse.
As exportações brasileiras para os EUA em 2002 (US$ 15,354 bilhões) tiveram um crescimento de 8,2% com relação ao ano anterior (US$ 14,189 bilhões).