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Navio com melaço contaminado volta para Amsterdã

Após a intervenção do Greenpeace, o navio MV Sonia, com um carregamento de melaço contaminado com o hormônio do crescimento MPA

(acetato de medraxyprogesterona), retornou ontem para Amsterdã, na Holanda, seu porto de origem. Os responsáveis pelo navio foram informados pelas autoridades brasileiras de que não seriam autorizados a descarregar no país, como estava previsto anteriormente. Cuba também estava na rota do navio, foi informada pelo Greenpeace sobre a contaminação e também não permitiu o descarregamento.

Segundo o Greenpeace, a fonte desse lixo é uma empresa holandesa, chamada Schuurmans en Van Ginneken (SvG), uma das maiores fornecedoras mundiais desse tipo de xarope. O carregamento tóxico foi vendido para a destilaria Gramane Industrial e Agrícola SA (Giasa), localizada em Pedro de Fogo, na Paraíba. A Giasa iria utilizar esse melaço para a produção de álcool. Os resíduos desse processo também são classificados como tóxicos pelas autoridades da União Européia (UE).

Normalmente, os resíduos provenientes da produção de álcool são espalhados sobre plantações de cana de açúcar. O MPA é um hormônio de crescimento artificial que altera o funcionamento do sistema endocrinológico, apresentando efeitos colaterais tóxicos. Especialistas acreditam que o MPA pode causar infertilidade em seres humanos. “Não podemos permitir que a Europa, ou qualquer outro país desenvolvido, faça do nosso país uma lata de lixo”, afirmou John Butcher, coordenador brasileiro da Campanha de Substâncias Tóxicas do Greenpeace.

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