Mercado

DGF atrai fundos de pensão com taxa de sucesso de 87,5%

O gestor de fundos de private equity DGF Investimentos alcançou nos últimos 12 anos, taxa de sucesso de 87,5% em empresas investidas principalmente com o capital de fundos de pensão e de investidores pessoas físicas qualificados, com perfil de mais de R$ 1 milhão para investimentos.

“Das 16 empresas com saída de capital neste período de 12 anos, em duas [12,5%] nós tivemos perda total. É o risco do negócio. Com nossa experiência, aprendemos a não cometer os mesmos erros. Riscos vão continuar existindo, mas só para erros novos”, afirmou o diretor da DGF Investimentos, Sidney Chameh, ex-presidente da Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (Abvcap), em entrevista ao DCI.

Nas 14 empresas cujas participações resultaram em sucesso do negócio, a rentabilidade oscilou entre 25% ao ano nos empreendimentos menores, até 40% ao ano nas companhias que apresentaram crescimento acelerado.

“Nosso trabalho é fazer uma análise bem qualificada do negócio e identificar além de potencial, etapas para adição e agregação de valor. Não é uma simples compra de participação, é a busca por alavancar o negócio”, definiu Chameh sobre as estratégias.

O DGF possui R$ 500 milhões em recursos em seus três fundos deprivate equity. Deste volume, R$ 350 milhões estão investidos, R$ 100 milhões estão comprometidos para uma operação em energia renovável de cana-de-açúcar em 2012, e outros R$ 50 milhões estão livres para receber no máximo 7 projetos, que, selecionados, devem receber os aportes em 2013 e 2014.

Na visão do diretor, a queda da taxa básica de juros (Selic) nos últimos doze meses tornou o investimento em participações em empresas atrativo. “Hoje nós estamos muito mais competitivos, e analisando a possibilidade de captar mais recursos”, contextualiza.

Dos três fundos do gestor, o maior é o DGF Bionergia, com R$ 300 milhões em recursos de 6 diferentes fundos de pensão – Previ, Petros, Funcef, Banesprev, Fachesf e Fibra -, além da participação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) .

Desse montante, cerca de R$ 200 milhões já estão aplicados desde 2010 na usinas de cana-de-açúcar Paraíso, Santa Cândida Tonon e Vista Alegre Tonon, com projetos para aumentar a produção de moagem de cana-de-açúcar e de geração de energia por meio do bagaço.

No segundo fundo, o DGF Capital 2, dedicado a projetos de crescimento acelerado há recursos de R$ 130 milhões, de investidores institucionais – entre eles, Petros, Funcef, Ceres, BNDES, Finep e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) – e duas pessoas físicas.

“Nesse segmento nós dedicamos a participações com ticket acima de US$ 10 milhões em empresas com alto potencial de crescimento, bons produtos e com capacidade para agregar valor. Compramos participações minoritárias”, detalha Chameh.

Voltado para os setores de Tecnologia da Informação, Comunicação e Serviços, o gestor administra atualmente 4 participações nas empresas – Digipix , Brasvending, APS e Softway. “A Brasvending, que atua com máquinas de café e lanches quentes já tem faturamento de R$ 100 milhões por ano; e a Softway, de software de gestão de comércio exterior, processa 25% das importações e exportações brasileiras”, detalha o diretor da DGF.

Já a APS desenvolve soluções de utilização eficiente de energia em empresas, e a Digipix atua em tiragens de fotos através dos principais varejistas on-line como Submarino, Extra, Ponto Frio, Americanas, Saraiva (B2B2C) e através de fotógrafos profissionais (B2Pro) e do próprio site. O terceiro fundo do gestor, o DGF Capital 1, é dedicado a empresas com faturamento anual até R$ 15 milhões, preferencialmente do setor de tecnologia.

Com capital de R$ 70 milhões, reúne recursos de três cotistas institucionais BID, Sebrae e Finep e de 35 investidores pessoas físicas qualificados, sendo que cerca de R$ 20 milhões estão investidos em 5 companhias. Entre elas, a de biotecnologia Pelenova, de comunicação de dados via rádio Neovia, a gestora de pagamentos eletrônicos Wappa, e a de produtos para osseointegração Exopro. “São projetos cuja liquidez e saída podem levar 10 anos”, considerou Chameh, sobre o tempo de maturação dos investimentos.

Potencial do setor

Enquanto o gestor DGF oferece preferência em participações em empresas do setor de tecnologia, Chameh observa que o segmento de fundos de private equity também caminha para outras áreas promissoras. “O setor tem observado empresas de biotecnologia e ciências da vida; tecnologia da informação para redes sociais; facilidades de consumo por meio de tecnologia; e também o programa de concessões em infraestrutura mesmo com os riscos de construção e do marco regulatório”, concluiu Chameh.