A safra da cana-de-açúcar está na metade e setores do governo tiveram a brilhante ideia de “iniciar estudos” para ampliar o percentual de álcool anidro misturado à gasolina. No ano passado, em plena crise de abastecimento do etanol, o governo reduziu de 25% para 20% a mistura. Agora pensa em voltar atrás.
Em primeiro lugar, aumentar a demanda somente irá provocar elevação do preço do álcool hidratado nas bombas de combustível – e em um período em que os valores ensaiam redução, embora continuem altos.
Já para as usinas surge o problema de terem que reprogramar o mix de produção no ano. No início de cada safra, a indústria sucroalcooleira planeja o percentual da cana-de-açúcar que irá destinar para a produção de etanol e para o açúcar. E os trabalhos transcorrem dentro dessa programação.
Aliás, é exatamente isto que o governo precisaria fazer: ter uma programação a longo prazo para um setor estratégico que é o energético, para evitar surpresas como as do ano passado, quando ficamos à beira do desabastecimento de etanol. As regras precisam estar claras e definidas com antecedência. Sem surpresas.