No dia 25 de maio, durante o evento de comemoração dos “25 anos de Bioeletricidade no Brasil”, organizado pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) em Sertãozinho (SP), Cícero Junqueira Franco, Jairo Balbo e Agenor Pavan, ex-diretor industrial da São Martinho foram homenageados por seu pioneirismo na cogeração de energia a partir do bagaço de cana.
Cícero Junqueira Franco, ex presidente da Usina Vale do Rosário, explica que a bioeletricidade existe desde a fundação do setor, já a cogeração é que é novidade. “Eu participei desde 1964 fazendo campanha na Sopral para incentivar a cogeração, eu fui do Sindicato do Açúcar e do Álcool e da Associação antes da Unica. Fui membro da comissão que elaborou o Proálcool e levamos muitas sugestões para o aproveitamento de energia. Explica que o projeto de cogeração fazia parte do desenho do Proálcool. “Esse tema fazia parte da terceira fase do desenho do Proálcool, mas foi esquecido nos papeis e recomeçado posteriormente. A energia é a matéria-prima do desenvolvimento e sem energia não há desenvolvimento. Atualmente as usinas geram 70 kW por tonelada de cana, mas a Usina Pioneiros gera 120 kW por tonelada, quase um recorde mundial, observou. “Precisamos que outras usinas sigam esse exemplo e entreguem essa energia que está sendo abandonada no campo”.
Segundo Cícero Junqueira Franco, naquela época as caldeiras eram incineradores de bagaço, e produzia energia para consumo próprio. “Bastava algumas modificações para que sobrasse energia queimando a mesma quantidade de bagaço. A primeira fase da cogeração foi diminuir o consumo de bagaço para sobrar energia e vimos que aquilo era uma opção a mais de produção. E por consequência a equipe se conscientizou pois tudo que sobrava poderia ser vendido e aconteceram melhorarias na eficiência das caldeiras, geradores”, lembra.
Ele diz que para superar a crise atual, o setor precisa se unir. “Hoje algumas unidades ainda estão sobrevivendo bem por causa da Copersucar, que deverá ser o polo de concentração dessas usinas na tecnologia e comercialização. Com a economia de escala das menores fica difícil sobreviver nesse mercado atual, então a solução é se agrupar. Um mais um, dá muito mais do que dois e muitas vezes um fica sozinho e se transforma em meio”, comenta.
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